ENUMA ELISH
O MITO BABILÔNICO DA CRIAÇÃO
Este longo poema foi escrito ao redor do século XII Antes da
Nossa Era, exaltando a grandeza da cidade da Babilônia. O mito (re) conta a
criação do universo e os eventos que levaram à construção da Babilônia, chamada
de "lar dos deuses". O mito evoluiu a partir de mitos sumérios, mas o
texto que segue é baseado na versão assíria, sendo que os Assírios foram um
império posterior ao dos sumérios.
O poema (quase completo) está disposto em sete tábuas de
argila, cada com cerca de 150 linhas de texto. O mito foi provavelmente escrito
para ser entoado nos festivais em honra aos deuses e da Babilônia. No idioma
original, o poema não foi escrito com rimas ou aliterações, mas possui alguma
assonância, semelhante ao estilo dos Cantos Gregorianos, quando cantados por várias
vozes.
A tradução para a língua portuguesa é feita a partir do
texto em inglês de N. K Sandars.
1
Quando não havia firmamento, nem terra, alturas, profundezas
ou sequer nomes,
Quando o Apsu estava sozinho,
Ele, as águas doces, o iniciador da criação, e Tiamat, as
águas salgadas, e útero do universo, quando não existiam os deuses....
Quando as águas doces e as salgadas estavam juntas,
misturadas,
Os juncos não estavam trançados, ou galhos sujavam as águas,
quando os deuses não tinham nome, natureza ou futuro, então
a partir de Apsu e Tiamat, nas águas dele e dela, foram criados os deuses, e
para dentro das águas precipitou-se a terra [lama],
Lahmu and Lahumu,
eles foram então chamados; nem bem velhos, nem bem crescidos
[eles eram]
quando Anshar e Kishar os dominou,
e as linhas do céu e da terra se expandiram para onde os
horizontes se encontram para separar o que era nuvem do que era terra.
Dias seguiram outros dias, anos seguiram outros anos,
Até Anu, o firmamento vazio, herdeiro e conquistador,
primogênito de seu pai, à imagem de sua própria natureza,
fez nascer Nudimud-Ea,
intelecto, sabedoria, maiores do que o horizonte dos céus,
o mais forte dentre seus pares.
Discórdia rompeu entre os deuses, apesar de serem irmáos, e
a brigar eles começaram na barriga de Tiamat, fazendo o céu tremer, e se mexer
como numa dança frenética, de tal forma que Apsu não pode silenciar o clamor
dos jovens deuses, fazer cessar tal mal comportamento, altaneiro e orgulhoso.
Tiamat, ainda quieta se quedava, quando Apsu, o pai de todos
os deuses, chamou por seu conselheiro:
- Caro conselheiro, vem comigo até Tiamat.
Eles assim o fizeram, e em frente de Tiamat eles se
sentaram, falando sobre os jovens deuses, seus filhos primogênitos, sendo que
disse Apsu:
- Os modos deles me revoltam, dia e noite, sem cessar,
sofremos. Minha vontade é destruí-los, todos eles, para que possamos Ter paz e
dormir novamente.
Quando Tiamat isto escutou, ela se sentiu atingida, e se
retorceu, em solitária desolação, o coração cheio de paixão mantida em segredo.
Disse Tiamat:
- Por que devemos destruir os filhos que fizemos? Se os
modos deles são o problema, esperemos um pouco mais.
Então Mumu aconselhou Apsu, e ele falou com maldade:
Pai, destrua-os todos numa rebelião de monta, e teremos paz
durante o dia, e à noite, todos poderemos dormir.
Quando Apsu ouviu que os dados haviam sido lançados contra
seus filhos e filhas, sua face inflamou-se com o prazer do mal; mas a Mummu ele
abraçou, pendurou-se ao seu pescoço, colocou-o nos seus joelhos e o beijou.
Esta decisão chegou ao conhecimento dos deuses mais jovens,
filhos e filhas de Tiamat e Apsu. Confusão instalou-se, e depois, um grande
silêncio, pois eles ficaram extremamente perturbados.
O deus que é a fonte da sabedoria, a inteligência brilhante
que [tudo] percebe e planeja, Nudimmud-Ea, examinou a questão, fazendo
levantando o tumulto do caos, e contra este o artífice do universo passou a
elaborar um plano.
Ele fez um encanto para as águas, e este encanto caiu sobre
o Apsu, que caiu em sono profundo. As águas doces caíram em sono profundo,
Mummu foi então derrotado, e Apsu, agora tomado por sono eterno, não mais se
mexeu.
Ea então rasgou o manto de glória flamejante e a coroa de Apsu,
apossando-se da auréola do rei. Quando Ea prendeu Apsu, ele o matou, e Mummu, o
conselheiro traiçoeiro, Ea pegou pelo nariz, aprisionando-o [para sempre].
Ea derrotou seus inimigos, pisando por cima deles. Agora que
seu triunfo estava completo, completamente em paz, ele descansou, em seu
palácio sagrado, Ea adormeceu. Por sobre o abismo, à distância, ele construiu
sua casa e templo, e ali, com toda magnificência, ele foi viver com sua esposa
Damkina .
Naquela sala, no ponto das decisões onde o que deve vir a
ser é pré-determinado, ele foi concebido, o mais sagaz, aquele que veio do
poder mais absoluto em ação.
No abismo profundo ele foi concebido, MARDUK foi concebido
no coração do apsu, MARDUK foi criado no coração do apsu sagrado. Ea é seu pai
e Damkina a ele deu à luz, pai e mãe; ele foi amamentado pelas deusas, suas
amas dotaram-no com grande poder.
O corpo de Marduk era lindo; quando erguia seus olhos, luzes
dele irradiavam, seu passo era majestoso, ele foi um líder desde seu primeiro
momento.
Quando Ea, seu pai, viu seu filho, ele se alegrou, ele ficou
radiante e cheio de felicidade, pois como era perfeito o menino! O grande
artífice multiplicou os dons divinos do menino, para ser o primeiro dentre os
primeiros, dentre todos, o de maior estatura..
Os membros de Marduk eram imaculados, mostrando um mistério
amedrontador além da compreensão, com olhos de visão sem limite que valiam por
quatro, com ouvidos de audição tão poderosa também equivalente a quatro, quando
seus lábios se moviam, uma língua de fogo se projetava. Membros fortes,
titânicos, de pé, ele ultrapassava em altura os outros deuses, tão forte ele
era, pois vestia a glória de dez [deuses], sendo que raios se projetavam ao
redor de Marduk.
- Meu filho, meu filho, filho do sol, e do sol do
firmamento!
Então Anu criou os ventos, colocou-os nos quatro quadrantes,
deixando-os sob o comando de Marduk, que com eles começou a brincar. Anu criou
a poeira, criou o tornado, criando também o tufão e os ventos fortes para
sacudir os mares.
O que ocorreu foi que com a chegada dos ventos, os outros
deuses não tinham mais paz para descansar, atormentados pelas tempestades. Eles
começaram a conspirar no segredo de seus corações e levaram a Tiamat a razão de
suas tramas. À mãe Tiamat, eles disseram:
- Quando Apsu foi morto, tu não moveste um dedo sequer, tu
não buscaste ajuda para ele, teu esposo. Agora Anu chamou estes ventos
abomináveis dos quatro quadrantes para rugir nas tuas entranhas. Quanto a nós,
não podemos descansar, tal é a dor. Lembra de Apsu no teu coração, teu esposo,
lembra de Mummu, que foi derrotado, agora estás sozinha, desolada, e nós
perdemos teu amor. Nossos olhos doem, e queremos dormir. Acorda, mãe, vai à
forra e acaba com eles como o vento!
Tiamat aprovou, dizendo:
- Aprovo tal conselho: faremos monstros, e os monstros e os
deuses irão marchar juntos na batalha.
Ela soltou o míssil irresistível, ela gerou serpentes
enormes com mandíbulas afiadas, cheios de veneno ao invés de sangue, dragões
ruidosos que vestem sua glória como deuses. (Quem olhasse tais criaturas
recebia o choque da morte).
- Ela criou a Minhoca,
o Dragão
o Monstro Mulher
o Grande Leão
o Cachorro Louco
o Homem (e Mulher) Escorpião
a Tempestade Ruidosa
Kulili
Kusariqu
Não hvia misercicórdia nas armas deles, eles não fogem da
batalha, pois a lei de Tiamat os une, irrevogável.
Onze destes monstros ela criou, entretanto, tomando dentre
os deuses o trabalhador desastrado
KINGU
Um dos da primeira geração para ser seu Capitão, Líder de
Guerra, Líder da Assembléia, o organizador dos suprimentos para liderar a
vangaurada da batalha
SUPREMO COMANDANTE DAS GUERRAS
Tal posto ela deu a Kingu quando criou a companhia, dizendo:
- Agora está em tuas mãos. Meu encanto irá mantê-los unidos,
eles devem obedecer à minha vontade. És supremo, meu marido sem igual, tua
palavra irá segurar as hordas rebeldes.
Ela deu a ele as Tábuas do Destino e amarrou-as no peito
dele:
- Agora e para sempre tua palavra é irrevogável, teu
julgamento, duradouro! Eles irão apagar o fogo e a clava vai perder sua força!
Quando Kingu recebeu tal autoridade, que anteriormente
pertencia a Anu, em suas várias naturezas, eles confirmaram a geração de
monstros.
2
Quando seus trabalhos na criação [do universo] terminaram,
contra seus filhos Tiamat começou a fazer os preparativos de guerra. Estas
foram as más novas que chegaram até Ea.
Quando ele soube das más novas, Ea ficou prostrado,
sentando-se em silêncio até encher-se de ira. Então ele lembrou-se dos outros
deuses. Ele foi até Anshar, pai de seu pai, para relatar-lhe dos planos
tramados por Tiamat.
- Ela nos odeia, pai, nossa mãe Tiamat levantou as hordas,
ela ruge com turbulência e outros se juntaram a ela, todos os deuses a quem
deste a vida.
Juntos, eles estão para marchar com Tiamat, dia e noite,
furiosamente eles tramam, bradando e rugindo, prontos para batalha, enquanto
que a Velha Bruxa, a primeira de todas as mães, nutre uma nova geração.
Ela soltou o míssil irresistível, ela gerou serpentes
enormes com mandíbulas afiadas, cheios de veneno ao invés de sangue, dragões
ruidosos que vestem sua glória como deuses. (Quem olhasse tais criaturas
recebia o choque da morte).
- Ela criou a Minhoca,
o Dragão
o Monstro Mulher
o Grande Leão
o Cachorro Louco
o Homem (e Mulher) Escorpião
a Tempestade Ruidosa
Kulili
Kusariqu
Não há misercicórdia nestas armas, eles não fogem da
batalha, pois a lei de Tiamat os une, irrevogável.
Onze destes monstros ela criou, entretanto, tomando dentre
os deuses o trabalhador desastrado
KINGU
Um dos da primeira geração para ser seu Capitão, Líder de
Guerra, Líder da Assembléia, o organizador dos suprimentos para liderar a
vangaurada da batalha
SUPREMO COMANDANTE DAS GUERRAS
Tal posto ela deu a Kingu quando criou a companhia, dizendo:
- Agora está em tuas mãos. Meu encanto irá mantê-los unidos,
eles devem obedecer à minha vontade. És supremo, meu marido sem igual, tua
palavra irá segurar as hordas rebeldes.
Ela deu a Kingu as Tábuas do Destino e amarrou-as no peito
dele:
- Agora e para sempre tua palavra é irrevogável, teu
julgamento, duradouro! Eles irão apagar o fogo e a clava vai perder sua força!
Portanto Kingu recebeu tal autoridade, que anteriormente
pertencia a Anu, em suas várias naturezas.
Quando Anshar soube de como Tiamat estava se comportando,
ele sentiu como se lhe tivessem atingido as entranhas, e mordendo os lábios,
preocupado e doente no coração, ele cobriu sua boca para aplacar palavras de
preocupação e temor.
Finalmente ele falou, incentivando Ea a lutar:
Já uma vez fizeste uma armadilha de palavras; vá agora e
tente [novamente]. Mataste Mummu, mataste Apsu; mate Kingu, aquele que marcha à
frente de Tiamat!
O sagaz conselheiro dos deuses, Nudimmud-Ea respondeu a
Anshar:
[Quebra de oito linhas parcialmente reconstruídas]
Irei ao encontro de Tiamat e acalmarei seu espírito, quando
o coração dela transbordar, ela irá ouvir minhas palavras, e se não forem as minhas
palavras, então as tuas irão acalmar as águas.
Nudimmud tomou o caminho mais curto, indo direto a Tiamat.
Mas quando ele viu toda a estratégia dela, ele retrocedeu, cheio de medos e
receios.
Portanto, Anshar chamou seu filho Anu.
Este é o verdadeiro herói, a força irresistível, um deus
forte. Vái, enfrenta Tiamat e acalme seu espírito. Quando o coração de Tiamat
transbordar, ela irá te ouvir, mas se ela permanecer irredutível, minha palavra
irá acalmar as águas.
Anu tomou o caminho mais curto, indo direto a Tiamat. Mas
quando ele viu toda a estratégia dela, ele retrocedeu, cheio de medos e
receios.
Ele falou ao voltar:
Minhas mãos são fracas demais. Eu não posso conquistá-la.
Anshar ficou estupefato; ele olhou para o chão, sentiu seus
cabelos ficarem em pé. Ele balançou [vigorosamente] a cabeça para Ea e todos os
Anunaki, os deuses reunidos no palácio, todos em grande silêncio, sentados em
seus lugares, calados, pensando no acontecido.
"Que outro deus pode declarar guerra a Tiamat? Ninguém
mais pode olhá-la de frente e voltar."
Então o Senhor, pai de todos os deuses, levantou-se com toda
majestade. Tendo tudo considerado, ele falou aos Anunaki:
- Quem dentre nós é impetuoso na batalha? Marduk, o herói!
Ele e apenas ele é forte o bastante para nos vingar.
Ea chamou então Marduk no local secreto, e deu-lhe conselhos
sutis, fruto de seus pensamentos mais profundos:
- És o filho que enternece meu coração, Marduk. Quando fores
até Anshar, caminhe até ele sem hesitação, como se fosses para uma batalha. Em
pé, mostrando toda tua estatura, fala com ele, e daí, quando ele te vir
portando-te desta forma, seu coração irá se acalmar.
Marduk exultou, e fez tal qual seu pai havia-lhe dito. Ele
avançou com confiança até Anshar, e de pé, em toda sua estatura, levantou os
olhos para o grande deus. Quando Anshar viu o jovem deus, seu coração
transbordou de alegria, ele beijou o jovem herói nos lábios e espantou todo
desespero.
- Anshar, quebra teu silêncio, que tuas palavras soem, pois
vou executar o que teu coração mais deseja. Que herói já impôs batalha sobre
ti? Apenas uma mulher, aquele ser feminino, apenas Tiamat te desafia com todos
os seus artifícios. Logo, porém, estarás de pé sobre o pescoço de Tiamat.
- Meu filho, meu filho sábio, confunda Tiamat palavras
cheias de força, vá rápido e agora, na tempestade que é tua carruagem. Os
ventos da tempestade jamais irão te abandonar em face a Tiamat, mas tendo
acabado com ela, não tardes em retornar.
Marduk exultou, com espíritos elevados ele disse ao pai dos
deuses:
Criador de todos os deuses, aquele que decide os destinos,
se devo ser teu vingador, aquele que irá derrotar Tiamat, salvando a vida de
todos os deuses, chame a Assembléia, dá-me precedência sobre todo o resto; e
quando o grande Anshar se sentar para passar decretos, alegrimente sentado no
Ubshukinna, a Sala do Sínodo, agora e para sempre, que minha palavra seja a lei.
Eu, não o grande Anshar, irei decidir a natureza do mundo, o que deve vir a
ser. Meus decretos jamais deverão ser alterados ou anulados, mas que minha
criação perdure até o final dos tempos e os confins do mundo!
3
Palavras saíram dos lábios de Anshar; ele disse a seu
conselheiro Kaka:
- És o conselheiro que alegra meu coração, aquele que julga
com grande verdade e sabe usar da persuasão com justiça. Vá até Lahmu e Lahamu.
Estou te ordenando que vá aos fundamentos da existência, e que chames as
gerações dos deuses.
Que eles falem, que eles se sentem juntos para banquetear,
que eles festejem, comam e bebam licores e que todos confirmem o destino do
vingador Marduk! Kaka, vá logo, e de pé, diante deles, repita o que lhe digo
[agora]: Aqui fui mandado por seu filho Anshar, I am charged to tell you his
secret thoughts,
" Ela nos odeia, nossa mãe Tiamat levantou as hordas,
ela ruge com turbulência e outros se juntaram a ela, todos os deuses a quem
deste a vida.
Juntos, eles estão para marchar com Tiamat, dia e noite,
furiosamente eles tramam, bradando e rugindo, prontos para batalha, enquanto
que a Velha Bruxa, a primeira de todas as mães, nutre uma nova geração.
Ela soltou o míssil irresistível, ela gerou serpentes
enormes com mandíbulas afiadas, cheios de veneno ao invés de sangue, dragões
ruidosos que vestem sua glória como deuses. (Quem olhasse tais criaturas
recebia o choque da morte).
- Ela criou a Minhoca,
o Dragão
o Monstro Mulher
o Grande Leão
o Cachorro Louco
o Homem (e Mulher) Escorpião
a Tempestade Ruidosa
Kulili
Kusariqu
Não há misercicórdia nestas armas, eles não fogem da
batalha, pois a lei de Tiamat os une, irrevogável.
Onze destes monstros ela criou, entretanto, tomando dentre
os deuses o trabalhador desastrado
KINGU
Um dos da primeira geração para ser seu Capitão, Líder de
Guerra, Líder da Assembléia, o organizador dos suprimentos para liderar a
vangaurada da batalha
SUPREMO COMANDANTE DAS GUERRAS
Tal posto ela deu a Kingu quando criou a companhia, dizendo:
- Agora está em tuas mãos. Meu encanto irá mantê-los unidos,
eles devem obedecer à minha vontade. És supremo, meu marido sem igual, tua
palavra irá segurar as hordas rebeldes.
Ela deu a Kingu as Tábuas do Destino e amarrou-as no peito
dele:
- Agora e para sempre tua palavra é irrevogável, teu
julgamento, duradouro! Eles irão apagar o fogo e a clava vai perder sua força!
Portanto Kingu recebeu tal autoridade, que anteriormente
pertencia a Anu, em suas várias naturezas.
Mandei Anu, mas ele não pode enfrentar Tiamat, Nudimmud
voltou cheio de terror, então Marduk levantou-se, um jovem e sábio deus, um da
linhagem sagrada, seu coração o impeliu para enfrentar Tiamat. Mas ele disse o
seguinte:
Criador de todos os deuses, aquele que decide os destinos,
se devo ser teu vingador, aquele que irá derrotar Tiamat, salvando a vida de
todos os deuses, chame a Assembléia, dá-me precedência sobre todo o resto; e
quando o grande Anshar se sentar para passar decretos, alegrimente sentado no
Ubshukinna, a Sala do Sínodo, agora e para sempre, que minha palavra seja a
lei. Eu, não o grande Anshar, irei decidir a natureza do mundo, o que deve vir
a ser. Meus decretos jamais deverão ser alterados ou anulados, mas que minha
criação perdure até o final dos tempos e os confins do mundo!
Portanto, venham logo e confirmem o destino de Marduk, e o
mais breve possível ele irá partir para encontrar a Grande Adversária!"
Kaka partiu, indo até Lahmu e Lahamu. Ele beijou os
sedimentos primevos, ele curvou-se até o chão e entregou a seguinte mensagem
aos deuses antigos:
Fui mandado vir aqui por seu filho Anu, encarregado de lhes
contar seus pensamentos mais secretos:
" Ela nos odeia, nossa mãe Tiamat levantou as hordas,
ela ruge com turbulência e outros se juntaram a ela, todos os deuses a quem
deste a vida.
Juntos, eles estão para marchar com Tiamat, dia e noite,
furiosamente eles tramam, bradando e rugindo, prontos para batalha, enquanto
que a Velha Bruxa, a primeira de todas as mães, nutre uma nova geração.
Ela soltou o míssil irresistível, ela gerou serpentes
enormes com mandíbulas afiadas, cheios de veneno ao invés de sangue, dragões
ruidosos que vestem sua glória como deuses. (Quem olhasse tais criaturas
recebia o choque da morte).
- Ela criou a Minhoca,
o Dragão
o Monstro Mulher
o Grande Leão
o Cachorro Louco
o Homem (e Mulher) Escorpião
a Tempestade Ruidosa
Kulili
Kusariqu
Não há misericórdia nestas armas, eles não fogem da batalha,
pois a lei de Tiamat os une, irrevogável.
Onze destes monstros ela criou, entretanto, tomando dentre
os deuses o trabalhador desastrado
KINGU
Um dos da primeira geração para ser seu Capitão, Líder de
Guerra, Líder da Assembléia, o organizador dos suprimentos para liderar a
vangaurada da batalha
SUPREMO COMANDANTE DAS GUERRAS
Tal posto ela deu a Kingu quando criou a companhia, dizendo:
- Agora está em tuas mãos. Meu encanto irá mantê-los unidos,
eles devem obedecer à minha vontade. És supremo, meu marido sem igual, tua
palavra irá segurar as hordas rebeldes.
Ela deu a Kingu as Tábuas do Destino e amarrou-as no peito
dele:
- Agora e para sempre tua palavra é irrevogável, teu
julgamento, duradouro! Eles irão apagar o fogo e a clava vai perder sua força!
Portanto Kingu recebeu tal autoridade, que anteriormente
pertencia a Anu, em suas várias naturezas.
Mandei Anu, mas ele não pode enfrentar Tiamat, Nudimmud
voltou cheio de terror, então Marduk levantou-se, um jovem e sábio deus, um da
linhagem sagrada, seu coração o impeliu para enfrentar Tiamat. Mas ele disse o
seguinte:
Criador de todos os deuses, aquele que decide os destinos,
se devo ser teu vingador, aquele que irá derrotar Tiamat, salvando a vida de
todos os deuses, chame a Assembléia, dá-me precedência sobre todo o resto; e
quando o grande Anshar se sentar para passar decretos, alegrimente sentado no
Ubshukinna, a Sala do Sínodo, agora e para sempre, que minha palavra seja a
lei. Eu, não o grande Anshar, irei decidir a natureza do mundo, o que deve vir
a ser. Meus decretos jamais deverão ser alterados ou anulados, mas que minha
criação perdure até o final dos tempos e os confins do mundo!
Portanto, venham logo e confirmem o destino de Marduk, e o
mais breve possível ele irá partir para encontrar a Grande Adversária!"
Quando Lahmu and Lahamu ouviram isto, eles se preocuparam, e
todos os deuses fizeram gemidos de preocupação.
Que estranha e terrível decisão, os desígnios de Tiamat são
profundos demais para nós entendermos.
Então eles se prepararam para a jornada, todos os deuses que
determinam a natureza do mundo e das coisas que virão a ser vieram a pedido de
Anshar, encheram o Ubshukinna, cumprimentaram-se uns aos outros com um beijo.
Na Sala do Sínodo as vozes ancestrais foram ouvidas, eles se
sentaram no banquete, eles comeram e festejavam com iguarias e licores mais
deliciosos.
Suas almas se expandiram, seus corpos ficaram pesados e sonolentos,
e este era o estado dos deuses quando eles estabeleceram o destino de Marduk.
4
Foi feito um trono para Marduk, e ele ali se sentou, face a
face com seus ancestrais para receber o governo.
- Um deus é maior do que todos os outros deuses,
de fama mais justa, cuja palavra de comando, é a palavra dos
céus, oh Marduk, o maior de todos os grandes deuses, honra e fama, vontade de
Anu, grande no comando, palavra eterna e inalterada!
Onde houver ação, Marduk é o primeiro a agir,
Onde houver governo, Marduk é o primeiro a governar, para
dar glória a uns, para humilhar outros, a prerrogativa do deus, Verdade
absoluta, vontade sem limite, que deus ousará questioná-lo? Nos seus locais
mais lindos destes mesmos deuses, um lugar é sempre guardado para Marduk, nosso
vingador.
Nós te chamamos aqui para receber o cetro, para fazer de ti
rei de todo o universo. Quando te sentares no Sínodo, serás o árbitro; na
batalha, tuas armas esmagarão o inimigo.
- Deus, salva a vida de qualquer deus que se voltar para ti;
mas para aqueles deuses que apreenderem o mal, que a vida destes deuses lhes
seja tirada.'
Os deuses ancestrais conjuraram então um tipo de aparição na
frente deles, fazendo com que este ser aparecesse frente a Marduk, para dizer
ao jovem deus, o primogênito:
- Deus, tua palavra entre os deuses arbitra, destroi e cria;
fale então e esta aparição irá desaparecer. Fale novamente, e a aparição irá
reaparecer.
Ele falou e a aparição desapareceu. Novamente ele falou, e a
aparição reapareceu. Quando os deuses deram-se satisfeitos por Marduk Ter
provado a força de sua palavra, os deuses ancestrais abençoaram-no e bradaram:
- MARDUK É REI!
Os deuses ancestrais vestiram Marduk com as vestimentas
reais, o cetro e o trono a ele foram dados, bem como armas de guerra sem igual
como um escudo contra adversários.
Parta agora. Tire a vida de Tiamat, e que os ventos
carreguem seu sangue até os limites mais secretos do mundo!
Os deuses antigos mostraram a Bel o que ele teria de ser e o
que deveria fazer, sempre através da conquista, sempre através de [grandes]
vitórias;
Então Marduk fez uma reverência e para marcar aquela que
seria sua arma, sua e somente sua, ele colocou uma flecha contra o arco, na mão
direita e segurou a clava e levantou-a para o alto, arco e flecha pendurados ao
ombro, sendo que relâmpagos se projetavam à sua frente, ele mesmo tornando-se
numa figura incandescente.
Ele fez uma rede, uma isca para Tiamat; os ventos, em suas
posições nas quatro direções, seguraram tal rede, o vento sul, o vento norte, o
vento leste e o vento oeste, de forma que parte alguma de Tiamat pudesse
escapar.
Com a rede, o presente de Anu, ao lado, ele se ergueu.
IMHULLU
O vento atroz, a tempestade, o redemoinho, o furacão, o
vento dos quatro, o vento dos sete, e o túmido, o pior de todos.
Todos os sete ventos foram criados e liberados para assaltar
as entranhas de Tiamat. Os ventos se postaram atrás de Marduk. Então o tornado
ABUBA
Seu último grande aliado, o sinal para para o assalto, ele
levantou.
Marduk
montou na tempestade, sua carruagem terrível, rédeas He mounted the storm, his
terrible chariot, reins hitched to the side, yoked four in hand the appalling
team, sharp poisoned teeth, the Killer, the Pitiless, Trampler, Haste, they
knew arts of plunder, skills of murder.
Ele colocou à sua direita o Batedor, o melhor em fazer
confusões; à sua esquerda esta a Fúria da Batalha, que aniquila o mais bravo;
adornou sua armadura com terror, uma auréola de espanto; com uma palavra mágica
murmurada entre dentes, uma planta que cura foi pressionada na palma de sua
mão. Assim armado, ele partiu.
Ele seguiu na direção do som crescente da ira de Tiamat, com
todos os deuses a seu lado, e os pais de todos os deuses. Desta forma, Marduk
se aproximou de Tiamat.
Ele a observou examinar as profundezas, ele testou o plano
de Kingu, o consorte de Tiamat, mas assim que Kingu viu o jovem deus, ele
começou a tremer, começou a sentir medo, e ao ver os deuses que enchiam as
fileiras atrás de Marduk, quando Kingu viu o bravo jovem deus, seus olhos
repentinamente se anuviaram.
Mas Tiamat, sem virar seu pescoço, cuspiu em desafio:
Arrogante, pensas que és o maioral? Os deuses estão saindo
agora de seus esconderijos para habitar o teu/
Então o jovem deus levantou um furação, a grande arma que
ele lançou com palavras e terrível fúria:
- Por que estás te insurgindo, teu orgulho criando um
abismo, teu coração escolhendo facções, para que teus filhos rejeitem seus
pais? Mãe de todos nós, por que tens de ser a mãe da guerra?
Fizeste de Kingu, aquele inepto, teu esposo! Deste a ele a
posi;cão de Anu, não que ele merecesse, porém. Tens abusado dos deuses, meus
ancestrais, em amarga malevolência ameaças Anshar, o rei de todos os deuses.
Tens incentivado as forças para batalha, preparado as armas de guerra.
Levante-se portanto sozinha, e lutaremos contra ti, e eu e eu somente contigo
irei lutar.
Quando Tiamat ouviu Marduk, com seus nervos ã à flor da
pele, ela ficou enraivecida e gritou para o alto, suas pernas estremeceram, ela
começou a fazer encantos e maldições, enquanto que os deuses da guerra afiavam
as suas armas.
Então eles encontraram Marduk, o mais arguto dos deuses, e
Tiamat engalfinhou-se com ele num combate corpo a corpo.
Marduk lancou sua rede para prender Tiamat, e o implacável
vento Imhullu veio por trás e bateu na face de Tiamat. Quando ela abriu a boca
para engolir Marduk, o jovem deus empurrou Inhullu para dentro dela, de modo
que a boca náo se fechasse e que o vento rugisse na barriga da mãe original de
todos os deuses, para que sua carcassa explodisse, entumescida. Tiamat escancarou
sua boca, e entáo Marduk disparou a flecha que lhe cortou as entranhas, que
atingiu seu estômago e útero da criação.
Agora que Marduk havia conquistado Tiamat, ele terminou com
a vida dela. Ele atirou-a ao cháo, subindo em sua carcassa. A líder da
insurreição estava morta, seu corpo despedaçado, seu bando disperso.
Aqueles deuses que haviam marchado ao lado dela agora
estavam cheios de terror. Para salvar suas próprias vidas, se pudessem ,
voltaram suas costas ao perigo. Mas então eles foram rodeados num círculo, do
qual náo podiam escapar.
Marduk esmagou as armas dos deuses rebeldes, e jogou-as com
eles na sua rede. Lá, os deuses rebeldes choraram e se esconderam pelos cantos,
sofrendo a ira do deus.
Aqueles que resistiram, foram colocados em grilhões, que
continham onze monstros, estes monstros os filhos malditos de Tiamat, com todos
os seus armamentos assassinos. O bando demoníaco da grande deusa que havia
marchado à frente dela, Marduk levou ao solo, de joelhos.
Mas Kingu, o usurpador, o chefe de todos eles, Marduk
prendeu e o matou, tomando as Tábuas do Destino, usurpadas sem direito por
Kingu, e selando-as com seu selo, Marduk colocou-as em seu peito.
Quando tudo isto tinha sido feito, os adversários derrotdos,
o inimigo orgulhoso humiliado, quando o triunfo de Ansahr havia sido alcan;ado
sobre o inimigo, e a vontade de Nudimmud satisfeita, entáo o bravo Marduk
apertou as cordas dos prisioneiros.
Ele voltou para onde Tiamat jazia acorrentada, ele abriu as
pernas da deusa e espatifou seu crânio (pois a clava não tinha misericórdia),
ele cortou as artérias e o sangue dela jorrou na direção do Vento Norte para os
confins desconhecidos do Mundo Físico.
Quando os deuses viram tudo isto, eles riram alto e mandaram
presentes a Marduk. Eles mandaram ao jovem herói tributos agradecidos.
O jovem deus descansou. Ele olhou para o corpo amplo de
Tiamat, ponderando sobre como usá-lo, o que criar da carcassa morta. Ele abriu
o corpo de Tiamat em dois, com a primeira metade, a superior, ele construiu o arco
dos céus, ele empurrou para baixo uma barra e fez uma sentinela para as áugas,
de forma que estas jamais pudessem escapar.
He crossed
the sky to survey the infinite distance; he station himself above apsu, that
apsu built by Nudimmud over the old abyss which now he surveyed, measuring out
and marking in.
Ele estendeu a imensidão do firmamento, ele fez Esharra, o
Grande Palácio, à sua imagem terrena, e Anu, Enlil e Ea tiveram suas estações
certas.
5
Ele projetou posições para os grandes deuses sempre
presentes nos céus, ele deu a eles um aspecto estelar como constelações; ele
mediu o ano, dando a este começo e fim, e para cada mês do total de doze, ele
assinalou três estrelas ascendentes.
Quando ele havia marcado os limites do ano, ele deu aos
deuses e a todos nós Nebiru, o polo do universo, para manter o curso das
estrelas, para que erro algum pudesse ocorrer ao longo de todo firmamento. Para
as estações de Ea e Enlil, ele estabeleceu um paralelo.
Das
costelas de Tiamat, ele abriu os portais do Leste e do Oeste, hrough her ribs
he opened gates in the east and west, and gave them strong bolts on the right
and left; and high in the belly of Tiamat he set the zenith.
Ele deu à lua o lustro de uma jóia, eu deu à lua toda noite
para marcar os dias, para zelar durante a noite de cada mês o círculo da luz
crescente e decrescente.
Lua Nova, quando apareces no mundo, seis dias teus chifres
são crescentes, até o meio círculo do sétimo dia, crescendo ainda fase após
fase, divides o mês de lua cheia a lua cheia. Então começas a desaparecer e aos
trinta dias o ciclo começa novamente, sempre crescendo e decrescendo, para
sempre.
Este é teu emblema e a estrada celeste que percorres, e
quando te aproximas do sol, ambos falam com justiça e julgamento acima de todas
as corrupções.
[Algumas linhas estão faltando aqui]
Após Ter posto a lua, Marduk voltou-se para o sol e fê-lo
completar um ciclo deste até o próximo Ano Novo.
...Ele deu a ele o Portal do Leste, e os confins da noite
com o dia, ele deu a Shamash.
Então
Marduk considerou Tiamat. Ele tocou na espuma do mar salgado, delas fez
montanhas até as nuven tocarem as nuvens, ele sskimmed spume from the bitter
sea, heaped up the clouds, spindrift of wet and wind and cooling rain, the
spittle of Tiamat.
Com suas próprias saídas da névoa de vapor, ele espalhou as
nuvens. Ele pressionou com força a cabeça das águas, fazendo com que montanhas
se assentassem sobre estas, abrindo rios para que corressem. O Eufrates e o
Tigre eurgueram-se dos olhos de Tiamat, mas ele fechou o nariz dela, para
dominar a a nascente do rio.
Ele fez grandes montanhas, e nelas fez surgir poços para
canalizar as águas das fontes mais profundas; no alto, ele fez um archo com a
cauda de Tiamat, prendendo as rodas do céu; nas profundezas sob os pés de
Marduk, ele pôs o fulcro do firmamento. Agora a terra tinha as suas fundações,
e o céu, o seu manto.
Quando o trabalho do deus tinha acabado, quando ele terminou
tudo a que se propôs, então na terra ele fundou templos, e entregou-os todos a
Ea.
Mas as Tábuas do Destino foram tiradas de Kingu e devolvidas
como um primeiro cumprimento a Anu. Os deuses que desistiram da luta, ele os
fez comparecer à sua presença, o pai dos deuses.
Com as armas de guerra quebradas, ele prendeu a seus pés as
onze monstruosas criações de Tiamat. Ele criou seres semelhantes a estas
criaturas monstruosas para que ficassem de pé, nas portas do abismo, o Portal
do Apsu, dizendo:
- Isto é para lembrar que Tiamat não deve ser esquecida!
Todas as gerações dos Grandes Deuses ficaram cheias de
alegria ao ver Marduk, com Lahmu and Lahamu; seus corações unidos quando se
aproximaram para encontrar Marduk.
O Rei Anshar deu a Marduk as boas-vindas com cerimônia, Anu
e Enlil vieram carregando presentes, mas quando Marduk recebeu o presente de
sua mãe Damkina, então a face do jovem deus brilhou, sua face se iluminou com
brilho incandescente.
Ele deu a Usmu, servo de Damkina, aquele que lhe trouxe os
cumprimentos, a tarefa de zelar pela casa secreta do Apsu, ele fez de Usmu o
guardião dos santuários de Eridu.
Todos os deuses dos céus estavam lá, todos os Igigi caíram
de joelhos frente a Marduk, todos os que estavam lá e apoiavam os Anunaki
beijaram os pés do jovem deus. Todos os deuses se juntaram na adoração [a
Marduk].
Eles se postaram frente a Marduk, fazendo uma grande
reverência, bradando em uníssono:
- Ele é mesmo rei!
Quando todos os deuses de todas as gerações estavam altos
com o glamur da masculinidade de Marduk, quando eles viram suas roupas com a
poeira da batalha, então eles fizeram seu ato de obediência [ao jovem
vingador]....
Ele se banhou, colocou roupas limpas, pois agora era o rei
de todos os deuses. Glória circundava sua cabeça; na sua mão direita, ele
segurava a clava da guerra, na sua mão esquerda ele segurava o ceptro da paz,
seu arco estava preso às suas costas, ele segurava a rede, e sua glória tocava
as profundezas. ...
Ele subiu ao trono erguido no templo. Damkina e Ea e todos
os Grandes Deuses, todos os Igigi bradaram:
- No passado, Marduk significava apenas o filho bem-amado,
mas agora ele é em verdade o Rei, ele é deveras Rei!
Os deuses bradaram a uma só voz:
GRANDE SENHOR DO UNIVERSO! Este é seu nome, nele nós
confiamos!
Quando tal ato foi executado, quando os deuses fizeram de
Marduk seu rei, eles desejaram paz e felicidade ao jovem escolhido:
- Sobre nossas casas, manterás vigília sem cessar, e tudo o
que desejares de nós, será feito.
Marduk pensou a respeito destas palavras, e então falou aos
deuses reunidos em sua presença. Isto foi o que ele lhes disse:
- No passado, todos habitavam no vazio acima do abismo, mas
eu fiz a Terra como um espelho dos Céus, eu consolidei o solo para as
fundações, e lá eu irei construir minha cidade, meu lar adorado
Um local sagrado deve ser estabelecido, com salas
consagradas à presença do rei. Quando todos vocês vierem das grandes
profundezas para se juntarem ao Sínodo, todos encontrarão guarida e conforto
para dormir à noite. ]
Quando os deuses das alturas descerem até a assembléia,
todos os deuses das alturas também encontrarão guarida e conforto para dormir à
noite. Este lar será
BABILÔNIA
O LAR DOS DEUSES. Os mestres de todas as artes deverão
construir minha cidade de acordo com meu plano.
Quando os deuses mais velhos ouviram este discurso, eles
sentiram que tinham de fezer uma pergunta:
- Acima de tudo o que criaste com tuas próprias mãos, quem
irá administrar a lei? Acima de tudo o que existe na terra que criaste, quem
irá sentar para emitir julgamentos?
Deste à tua Babilônia um nome auspicioso, que ela seja para
sempre o nosso lar! Que os deuses caídos dia após dia nos sirvam, e que à
medida em que nós a ti dermos força e poder, que ninguém usurpe nossas
posições!
Marduk, o conquistador de Tiamat, ficou satisfeito; a
barganha era boa; ele continuou falando com palavras arrogantes, explicando
tudo aos deuses:
- Eles irão prestar este serviço, e dia após dia, todos
vocês irão dar força à minha vontade, para que esta seja lei.
Então os deuses adoraram frente a ele, e para ele novamente,
para o rei de todo universo, eles bradaram a uma só voz:
- Este grande senhor foi outrora nosso filho, agora ele é
nosso rei. Invocaremos seu nome uma vez por cada vida, ele que é o senhor, a
chama de luz, o ceptro da paz e a clava da guerra.
- Que Ea seja seu arquiteto e que ele faça uma planta de
excelência para Babilônia, e seus construtores seremos nós!
6
Agora que Marduk havia escutado o que os deuses haviam dito,
surgiu dentro dele o desejo de criar um trabalho da mais completa de todas as
artes. Ele contou para Ea os pensamentos profundos que estavam em seu coração.
- Sangue com sangue,
Eu junto,
sangue a osso,
Eu formo
Algo original,
cujo nome será HOMEM/MULHER,
os seres [humanos] originais
cuja feitura foi minha obra.
- Todas as suas ocupações serão o serviço fiel,
os deuses que caíram terão seu descanso,
e eu sutilmente alterarei suas operações,
dividindo companhias, igualmente abençoadas.
Ea respondeu com palavras cuidadosamente escolhidas,
completando o plano para o conforto dos deuses. Ele disse a Marduk:
- Que apenas um(a) da raça seja levado, apenas um(a) precisa
morrer para a nova criação. Reúna os deuses na Grande Assembléia, e que apenas
um morra, para que o restante possa viver.
Marduk chamou os Grandes Deuses ao Sínodo, ele presidiu a
assembléia com cortesia, ele deu instruções a todos eles, que o escutaram com
grave atenção.
O rei falou aos deuses rebeldes:.
- Declarem, sob juramento, que falem a verdade e respondam:
quem instigou a rebelião? Quem despertou Tiamat? Quem liderou a batlha? Que o
instigador da guerra seja entregue, que seja considerado culpado e receba
punição, e que a paz reine entre vocês para sempre.
Os Grandes Deuses responderam ao Senhor do Universo, rei e
conselheiro dos deuses:
Foi Kingu quem instigou a rebelião, ele levoutou as águas da
amargura e liderou a batalha por ela.
Eles declararam Kingu culpado, eles o prenderam e o fizeram
se ajoelhar frente a Ea, eles cortaram suas artérias e do sangue de Kingu eles
criaram os homens e mulheres. Ea impôs a Kingu sua servidão.
Quando isto foi feito, quando Ea em sua sabedoria criou os
homens e as mulheres e o dever de tais homens e mulheres, este ato além de
[toda] compreensão, esta maravilha de sutileza concebida por Marduk e executada
por Nudimmud
Então Marduk, como rei, dividiu os deuses, uma parte para os
céus e outra parte para as alturas: 300 deles nas alturas para zelar pelos
céus, os zeladores da lei de Anu, e cinco vezes sessenta [deuses] para a terra,
seissentos deuses entre o céu e a terra.
Quando a lei universal foi estabelecida, e aos deuses
alocados seus domínios, então os Anunaki, os deuses da terra, os deuses que
haviam sido derrotados, dirigiram-se a Marduk:
Agora que nos libertaste e fizeste menor nossa carga de
trabalho, como devemos retribuir tal graça? Que construamos um templo e que o
chamemos
O ALBERGUE DO DESCANSO DA NOITE
Lá onde todos iremos dormir uma estação do ano, no Grande
Festival, quando todos reunidos em Assembléia, iremos construir altares para
ti, iremos construir Parakku, o Santuário.
Quando Marduk escutou [tais palavras] sua face brilhou como
o luz do dia:
A Grande Torre de Babel deve ser construída de acordo com os
desejos de todos vocês, os tijolos deverão ser colocados em seus moldes e
chama-la-emos de Parakku, o Santuário.
Os deuses Anunaki pegaram suas ferramentas, e levaram um ano
inteirinho para moldar os tijolos [necessários]; no segundo ano, eles
levantaram o ESAGILA, o templo da terra, o símbolo do céu infinito.
Dentro, havia quartos para Marduk e Enlil e Ea. Com toda
majestade, Marduk tomou seu lugar na presença deles todos, onde o topo do
zigurate erguia-se por sobre a base.
Quando a construção do templo terminou, os Anunaki
construíram capelas para si; então todos se reuniram, e Marduk ofereceu a todos
um banquete.
Esta é Babilônia, a cidade querida dos deuses, teu amado
lar! Em comprimento e amplidão, ela é nossa, nós a possuímos, alegra-te com
ela, pois ela é tua!
Quando todos os deuses se sentaram, houve vinho, festa e
risos, e depois do banquete no lindo Esagila eles executaram a liturgia, os
ritos sagrados, a partir dos quais o universo recebe sua estrutura, onde o
oculto é trazido às claras, [pois é] através do universo que aos deuses são
atribuídas as suas estações.
Quando os 50 Grandes Deuses se sentaram com os Sete que
planejam a natureza imutável das coisas, eles levaram os trezentos [deuses da
terra] até o firmamento. Lá também foi que Enlil levantou o arco de Marduk,
colocando-o frente aos deuses.
Ele também ergueu a rede; os deuses elogiaram o trabalho da
rede ao verem o quão artesanal era ela, os deuses elogiaram a beleza do arco.
Anu levantou o arco, beijou-o e disse para os deuses:
Este arco vem de mim, e dou a ele um nome sagrado:
O primeiro nome é Longo Bastão, o segundo é para Bastão da
Chuva, o terceiro é Bastão das Estrelas que brilham nos céus.
E o Bastão das Estrelas transformou-se num deus entre os
deuses.
Quando Anu acabou de pronunciar o destino triplo do arco,
ele ergueu o trono do rei e colocou Marduk em cima deste na Assembléia dos deuses.
Dentre eles, surgiu um brado, pelo óleo e pela água,
pinçando suas gargantes, para ligar o destino na dor da morte, eles ratificaram
a autoridade de Marduk como Rei dos Reis, Senhor dos Senhores do Universo.
Anshar deu graças à Marduk, chamando-o de ASARLUHI, o nome que é o primeiro, o
mais alto.
- Esperaremos e escutaremos, reverenciaremos e adoraremos o
nome dele!
A palavra dele é o último apelo, a vontade escrita dele tem
amplo domínio no ponto mais alto e no ponto mais baixo. Toda glória seja dada
ao filho, nosso vingador! Seu império não tem fim, pastor dos homens e
mulheres,
ele fez da humanidade suas criaturas até o final dos tempos,
[e deste fato a humanidade] jamais irá se esquecer!
Ele deve comandar as hecatombes, para os deuses,
[A humanidade] deve encomendar alimentos para os pais e
mães.
E adorar no santuário,
onde o odor do incenso e o murmúrio da liturgia
ecoam na terra os costumes do céu.
Os homens e mulheres de cabelos escuros irão adorá-lo na
terra,
os que lhe foram sujeitos irão lembrar seu deus,
à cuja palavra eles deverão adorar a deusa.
Que as oferendas de alimento jamais faltem para o deus e a
deusa, este é o comando dele.
Que os homens e mulheres sirvam aos deuses, este é o comando
do deus, que os homens e mulheres trabalhem suas terras, construam suas.
Que os homens e mulheres de cabelos escuros sirvam os deuses
na terra sem remissão, enquanto que para nós, na multitude de seus nomes,
Ele é nosso deus.
Saudemos a ele com seus nomes,
Que o saudemos com seus 50 nomes, o deus único.'
O Hino dos 50 Nomes de Marduk
MARDUK é o Primeiro,
Ele é o Filho do Sol,
Ele é o primeiro, aquele que tem o brilho do sol.
Pastagem e lago,
estábulos cheios,
torrentes de chuva que caem sobre o inimigo
Ele é o mais brilhante,
Filho do Sol,
os deuses sempre caminham na chama de sua luz.
Ele cirou o homem (e a mulher)
seres vivos,
para trabalhar para sempre, e liberar os deuses de outras
cargas,
Para fazer e desfazer,
Amar e salvar,
A Marduk, todo poder e a glória!
MARUKKA é Dois
aquele que bate o martelo de toda criação
para trazer alívio aos deuses em conflito
MARUTUKKU é Três,
gestos de graça em seu nome são feitos por cada mão,
o jovem armado e escudo da terra.
BARASHAKUSHU é Quatro,
aquele que levantou-se na hora da necessidade para selar a
terra,
e cujo espírito é indomável e cujo coração é amor.
LUGALDIMMERANKIA é Cinco,
Rei do Cosmo!
Em todo universo Ele é aclamado
pela Grande Companhia que sua ira fez encolher
Deus todo poderoso!
NARI é Seis, aquele que tudo Libera,
Ele é nossa consciência, pois quando houveram problemas,
Ele nos trouxe a paz
Deu-nos um porto seguro;
Anunaki, Igigi, das profundezas e das alturas
ao ouvir seu nome tremem em segredo.
ASARULUDU é Sete,
o Grande Mago, título este que vem de Anu,
na hora do perigo, o bom líder dos deuses, pelo duelo mortal
que enfrentou para trazer a paz
NAMTILLAKU é Oito,
na sombra da morte ele descobriu a vida,
como se tudo o que tinha sido feito tivesse sido recriado
novamente,
conjurado da morte à palavra dele, até o inimigo submeter-se
à sua vontade.
NAMRU é Nine, os deuses caminham na fornalha de sua beleza.
.
Vozes de tempos passados haviam falado: Lahmu, Lahamu,
Anshar haviam falado, cada um deles tendo dito três nomes. Eles disseram então
a seus filhos:
- Três nomes ele recebeu de cada um de nós, três nomes ele
precisa receber de vocês.
Como fora uma vez no sínodo de Ubshukinna, no local das
decisões, os jovens deuses ansiosamente falaram todos juntos:
Ele é o herói, nosso filho, nosso vingador, daremos glória
ao nome de nosso defensor!
Eles se sentaram juntos para moldar o destino de Marduk, e
todos os deuses cantaram o nome de seu jovem campeão no santuário.
7
O hino continuou:
ASARU cultiva o que foi plantado,
conduz a água através de pequenos canais
para o tempo da semeadura, o tempo do crescimento e da
colheita dos grãos.
Ele é ASARUALIM, a quem os deuses com receio e esperança se
voltam quando do Conshelho.
Ele é a luz, ASARUALIM NUNNA,
luz da glória de seu pai,
Ele é a lei de Anu, de Enlil e Ea,
Ele é compleitude e abundância,
os deuses engordam com seus dons.
Como Tutu ele é a vida que se renova,
que traz doçuras ao santuário, caso a ira uma vez mais tome
conta de todos.
Ele a todos ensina a repetir o encantamento que convida ao
sono,
Como ele, não tem igual na assembléia.
Como ZIUKKINNA ele vive em cada deus,
ele fez os céus para a felicidade dos deuses,
ele mantém os deuses felizes na imensidade dos céus;
abaixo das nuvens, homems obtusos lembram dele,
Pois ele é ZIKU, o grão da vida,
doce respiração de graça, abundância,
benevolência, indescritível riqueza,
que transforma a fome na fartura;
que respira sua doçura nos quadrantes [em que vivemos].
Falaremos dele, o poderoso, cantaremos a canção de sua
glória.
Ele é AGAKU, o amor e a ira,
com palavras vivazes ele apressa a morte,
ele teve pena dos deuses caídos,
ele diminuiu os labores que caíam sobre os adversários.
Para o alívio dos deuses, ele criou a humanidade, suas
palavras irão perdurar. Ele é bom, ele tem o poder da vida, seu nome e seu
poder está nas bocas dos homens e mulheres de cabelos negros que se lembram
dele.
Mas ele também é TUKU,
e todos pronunciam suas anatemas,
que derrotam o mal com palavras misteriosas.
Como SHAZU ele fez o coração, que vê o âmago de tudo,
he sees the marrow,
nenhum pecador escapa de seu escrutínio.
Ele formou a Assemblía e espalhou sua proteção,
Ele vê a aplicação da justiça, acabando com rebeliões,
Ele termina com a malícia, pois onde ele vai,
o certo e o errado estão separados.
Como aquele que lê o coração, ele também é
ZISI, um nome que fez sair as hordas rebeldes
do coração dos deuses antigos, levados embora por medo
paralisante,
para liberar os deuses ancestrais, seus pais, pois
SUHRIM é [também seu nome] o míssil que extinguiu a
rebelião,
a mão abjeta treme frente a ele,
seus esquemas previstos, desaparecendo no vento,
Para a alegria, alegria dos deuses!
Ele é SUHGURIM aquele que pode [tudo] destruir,
mas que também na corte aberta ouve todas as causas;
os deuses antigos criaram novos, os inimigos aniquilados,
para que para os filhos dos filhos nada deles reste, ou do que fizeram os
inimigos. É o nome sagrado do deus, somente e somente este, que responde aos
clamores do mundo.
Ele é ZAHRIM, o destruidor!
Iniquidade é morte, ele achou o inimigo quando os deuses
fugiram,
ele trouxe [os deuses] de volta para casa, e todos por seu
pr´pprio nome são conhecidos.
Ele é também ZAHGURIM, destruidor-salvador,
título terrível, ante ao qual seu inimigo cái, como se
estivesse no campo de batalha.
Ele é ENBILULU, saúde e riqueza dos deuses,
Ele chamou os nomes dos deuses, ele chamou os deuses, e as
hecatombes [à sua voz] desaparecem em chamas,
Ele planejou as pastagens, aprofundou os poços e liberou as
águas
Ele é EPADUN, a umidade do céu e da terra que lava os
campos,
irrigando as terras aráveis através de barragens e diques
para irrigação
Enbilulu é cantado como GUGAL,
nos pomares dos deuses,
ele cuida dos canais, ele enche os galpões com sésamo e
grãos em abundância.
E Ele é HEGAL,
acumulando riquezas para todos,
no mundo, ele faz cair a chuva doce, e descer o verde por
sobre a terra..
Como SIRSIR ele pegou a carcassa,
Ele levou o Caos [Tiamat] enredado na sua isca,
fazendo erguer sobre ela as montanhas.
Aquele que zela pelo mundo, pastor fiel,
onde seu cenho se ergue,
como [que acirrados por um] choque os cabelos de milho se
levantam;
onde o vasto oceano se levanta em ira,
ele faz surgir pontes sobre os locais onde parece haver
luta.
Ele é também chamado MALAH, por muitos;
o mar salgado é seu barco, e ele lidera a sua proa.
Ele é a pilha de grãos, cevada e sésamo, que é distribuída para
o bem da terra.
Ele é GILMA, o fogo que jamais se apaga, que tempera a
eternidade em sua existência, e que por segurança mantém o equilíbrio [da
chama] tal qual a corda segurando um barril.
Ele é AGILMA,
que das superfícies que se abrem cria as nuvens por sobre as
águas para guardar o firmamento imutável
Ele é ZULUM, aquele que molda o barro,
distribui os acres, a terra para ser arada.
Este é MUMMU, a palavra criativa,
a vida do universo.
Ele é GISHNUMUNAB, a semente, que criou as raças humanas de
todos os quadrantes do mundo.
Dos restos da derrota de Tiamat,
dos restos dos deuses caídos,
ele criou a humanidade.
Ele é LUGALABDUBUR
aquele que veio como um rei para enfrentar o Caos,
Caos cujas forças se esvaneceram frente aquele que é firme,
e cujas forças são igualmente firmes em todas as direções.
Ele é PAPALGUENNA, Senhor de todos os Senhores,
deus mais sublime, que governa seus irmãos e irmãs.
Ele é LUGALDURMAH, no umbigo do mundo,
onde o céu e a terra são mantidos pela corda,
onde os deuses das alturas se reunem, sua grandeza é a maior
de todos greatness ranks higher than all.
Ele é ARANUNNA, o conselheiro, com seu pai EA
sem igual em seus modos soberanos,
ele criou os deuses.
Ele é DUMUDUKU, a montanha brilhante,
Dumuduku, a presença no templo,
o local das decisões, onde nada se decide sem ele [estar
presente].
Ele é LUGALLANNA, o forte,
aquele que carrega o firmamento,
sempre presente entre os deuses
mais do que Anshar que o chamou, e o escolheu dentre todos.
called one from all.
Ele é LUGALUGGA, o rei da Morte!
Ele toma conta de todas as crises, na hora mais difícil, com
grande intelecto, e mente de longo alcançe.
Ele é IRKINGU, pois na fúria da batalha ele espantou o caos,
Ele criou a lei e a lei agora domina a criaçãohe created law
and law now rules creation.
Ele é KINMA, conselheiro e líder,
seu nome traz terror aos deuses,
o rugido do tornado.
Ele é ESIZKUR, e no alto ele se senta,
na capela das preces, no Grande Festival, quando vêm todos
os deuses, são dados presentes, e deveres impostos. Se não fosse por Ele, nada
teria sido criado de belo ou sutil. Ele criou os homens e mulheres, ele fez os
limites do mundo, e sem ele, os deuses não saberiam as horas.
Ele é GIBIL, a fornalha na qual o ponto é temperado,
onde são forjados os raios, as armas de guerra contra
Tiamat;
os deuses jamais poderão alcançar os limites da mente de
Gibil.
Seu nome também é ADDU,
o tempo úmido e a tempestade que vem na hora certa,
o bem-vindo soar do trovão por sobre a terra.
Depois da tempestade as nuvens se abrem ante a palavra de
Addu,
e as pessoas na terra diariamente comem seu pão com as
bênçãos dele.
ASHARU guia os deuses do Destino;
ele zela por todos os outros deuses.
Como NEBIRU ele projetou as estrelas na sua órbita,
os deuses itinerantes obedecem as leis de passagem.
Nebiru, no centro, parado,
é o deus a quem eles adoram;
e de Nebiru, aquele que é cheio de estrelas, eles dizem:
- Aquele que uma vez cruzou o firmamento sem descansar
Agora é o ponto mais importante do universo,
e todos os deuses mantém seus cursos baseados nele;
Ele reúne os deuses como quem reúne um rebanho,
Ele, o conquistador de Tiamat.
Que a vida dela seja breve e curta, que ela se retire para o
futuro
distante da humanidade, até que o tempo envelhece,
mantendo-a ausente para todo o sempre
Porque ele moldou a matéria e criou o éter, seu pai deu-lhe
o nome de
Bel Matati, Deus deste Mundo.
Com seu próprio nome Anu pôs sua marca Marduk quando os
deuses do firmamento acabaram o hino.
Agora também Ea, tendo tudo ouvido, regozijou-se:
- Os grandes deuses glorificaram meu filho, Ele é Ea, dotado
de nomes do meu próprio nome, ele ir[a executar minha vontade e dirigir meus
rituais.
HANSHA!
Com 50 nomes os deuses o proclamaram
HANSHA!
Com 50 nomes eles chamaram àquele que é o primeiro dentre os
primeiros e o que mais de todos se destaca.
Epílogo
Lembrem dos títulos de Marduk!
Governantes irão recitá-los, sábios irão fazer debates a
respeito deles, pais os repetirão para os filhos, e mesmo os pastores deles
terão conhecimento.
Que todos se alegrem na glória de Marduk, o príncipe dos
deuses! Homens e mulheres e a terra irão prosperar, pois forte é seu Domínio,
firmes sáo seus comandos, deus algum pode alterar a vontade de Marduk, e onde
os olhos dos grande deus se fixarem, somente o bom, o justo e o certo lá Terá
lugar.
Deus algum pode suportar sua ira, o intelecto de Marduk é vasto,
bem como sua benevolência, mas pecadores e outros desta laia ele irá fazer
desaparecer com a sua presença; mas o sábio professor cujas palavras escutamos,
e que escreveu tais palavras que ora ouvimos, Marduk o poupou para os tempos
vindouros. .
Que os Igigi que construíram seu templo, que os deuses falem
que esta é a canção de Marduk, que derrotou Tiamat e obteve soberania.
Fonte: http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/enelish.html
.
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