quinta-feira, 30 de abril de 2015

Países menos religiosos são os mais satisfeitos socialmente?

Países menos religiosos são os mais satisfeitos socialmente?


O que seria de nossas sociedades se Deus simplesmente não existisse para grande parte da população?
Essa foi uma das perguntas que o sociólogo norte-americano Phil Zuckerman certamente tinha em mente ao dar início à sua mais recente pesquisa, que o levou a morar por mais de um ano na Escandinávia, especificamente na Dinamarca e na Suécia. Na bagagem, levava uma pergunta desafiante: como esses dois países, considerados os menos religiosos do mundo em todas as pesquisas prévias, podiam ser os que possuíam os mais altos índices de qualidade de vida, com economias fortes, baixas taxas de criminalidade, alto padrão de vida e igualdade social (em resumo,“contentment”, contentamento, satisfação, como ele chamou no subtítulo de seu livro)?
Zuckerman tinha ainda outro objetivo, mais localizado. Segundo ele, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, a maioria de seus conterrâneos norte-americanos “pensa que qualquer sociedade que deixa de louvar a Deus ou de colocá-Lo no centro de sua cultura será condenada”, ou que “sem uma religião forte, um país se desintegrará no caos, no crime e na imoralidade”. Assim, entrevistando 150 cidadãos dinamarqueses e suecos, ele quis mostrar que, mesmo sem Deus, “é possível que uma sociedade seja forte, saudável, moral e próspera”.
O resultado de sua viagem foi recém publicado em livro, pela New York University Press, intitulado "Society Without God – What the Least Religious Nations Can Tell Us About Contentment" [Sociedade sem Deus – O que as nações menos religiosas podem nos dizer a respeito da satisfação].
Phil Zuckerman é sociólogo, com mestrado e Ph.D. em Sociologia pela Universidade do Oregon. Atualmente, é professor do Pitzer College, em Claremont, no sul da Califórnia.
Também é autor de “Sex and Religion” (Wadsworth, 2005), “Invitation to the Sociology of Religion” (Routledge, 2003), “Du Bois on Religion” (Alta Mira Press, 2000) e “Strife in the Sanctuary: Religious Schism in a Jewish Community” (Alta Mira Press, 1999), dentre outros.
Em sua página no sítio do Pitzer, está publicado um dos principais artigos de Zuckerman, intitulado Ateísmo: Taxas e Padrões em que ele analisa detalhadamente diversos dados sobre o ateísmo contemporâneo (em inglês). Esse texto faz parte do livro "The Cambridge Companion to Atheism", organizado por Michael Martin (Cambridge University Press, 2007).
A entrevista:
IHU On-Line – Como você realizou a sua pesquisa na Escandinávia? Qual foi a sua intenção e as suas principais descobertas?
Phil Zuckerman – A maioria dos norte-americanos pensa que qualquer sociedade que deixa de louvar a Deus ou de colocá-Lo no centro de sua cultura será condenada – e que, sem uma religião forte, um país se desintegrará no caos, no crime e na imoralidade. Eu quis mostrar que isso não é necessariamente verdade. Eu quis mostrar aos meus conterrâneos norte-americanos que é possível que uma sociedade seja relativamente irreligiosa e, ainda assim, forte, saudável, moral e próspera.
Há mais ou menos quatro anos, a Cambridge University Press [editora universitária] me pediu para escrever um capítulo de um livro a respeito de quantos ateus existem no mundo. Então, eu passei cerca de seis meses procurando por todas as pesquisas nacionais e internacionais que eu pudesse encontrar. No fim, as pesquisas mostraram que a Dinamarca e a Suécia são, talvez, os países mais irreligiosos do mundo. Muitas pessoas, na Dinamarca e na Suécia, dizem acreditar em Deus, mas muito poucas dão importância a essa crença. Muito poucas pessoas rezam a Deus, ou acreditam que o Deus literal daBíblia é real, ou acreditam que a Bíblia é divina.
Esses países têm os menores índices de crença na vida após a morte, na ressurreição de Jesus, no céu e no inferno etc. Além disso, têm os menores índices do mundo em termos de participação semanal na igreja. E mesmo assim, apesar de tudo isso, estão entre as sociedades mais prósperas, igualitárias, civilizadas e humanas da Terra. Quando olhamos os níveis de sucesso social, da alfabetização à expectativa de vida, da igualdade de gênero aos padrões ambientais, da saúde à democracia, da criminalidade aos cuidados com os mais velhos e com as crianças, as nações da Dinamarca e da Suécia estão no topo da lista.
Em resumo, a Dinamarca e a Suécia provam que é possível que as sociedades sejam relativamente não-religiosas e ainda assim muito honestas e boas. Eu quis que os meus conterrâneos norte-americanos soubessem disso.
Para entender melhor a falta de religião na Escandinávia, assim como melhor compreender a cultura de lá, eu vivi na Dinamarca durante 14 meses, em 2005-2006. E, durante esse tempo, eu realizei 149 entrevistas em profundidade com dinamarqueses e suecos de todas as classes sociais. Essas entrevistas me permitiram ir mais fundo do que os dados das pesquisas e realmente tentar entender o secularismo escandinavo.
Minhas descobertas principais: dinamarqueses e suecos são, de fato, muito seculares. E, mesmo que eles não tenham crenças religiosas fortes, geralmente são muito satisfeitos. Não acreditam na vida após a morte, mas mesmo assim eles ainda levam vidas repletas e valiosas. E não acham que exista um “significado religioso último” para a vida, e mesmo assim eles ainda aproveitam o seu tempo aqui na Terra e fazem o melhor que podem com ele. Finalmente, eu tentei entender por que essas nações são tão contrárias à religião e em que sentido elas são diferentes dos Estados Unidos no que se refere à religião e à cultura política.
IHU On-Line – Em que sentido a falta de religião está ligada à satisfação das sociedades da Dinamarca e da Suécia?
Phil Zuckerman – A Dinamarca está no topo de todas as pesquisas internacionais que se referem à felicidade. A Suécia também está bem lá em cima. Os dinamarqueses e os suecos parecem ser pessoas razoavelmente satisfeitas. Isso está ligado à falta de religião deles? É difícil dizê-lo. É ainda mais difícil prová-lo. Eu não acho que uma falta de religião, por si só, faça com que os dinamarqueses e os suecos se sintam felizes ou satisfeitos. Pelo contrário, nós só temos que notar que a falta de religião ou a falta de uma conexão forte com Deus parece não levar ao desespero, à depressão, à tristeza ou à apatia. Em outras palavras, a falta de uma fé forte não causa necessariamente a felicidade, mas também não é uma barreira ou um impedimento.
IHU On-Line – Você não concorda que, de certa forma, essas sociedades alcançaram esse bem-estar social por um substrato cristão de raízes antiqüíssimas? O inconsciente coletivo cristão que acompanhou o desenvolvimento dessas sociedades não teve importância nesse sentido?
Phil Zuckerman – Definitivamente. Não se questiona que certos valores cristão, ao longo dos séculos, ajudaram a dar forma a esses estados de bem-estar social. Não se questiona que os ensinamentos de Lutero tiveram o seu papel, assim como a visão religiosa de Grundtvig [1]. Entretanto, devemos ser cuidadosos por diversas razões.
Primeiro, aqueles que construíram o estado de bem-estar social tendiam a ser democratas sociais seculares, que eram, muitas vezes, anti-religiosos. Não foram os dinamarqueses e suecos fortemente religiosos que construíram o estado de bem-estar social. Então, parece um pouco injusto dar muito crédito ao cristianismo, quando foram os dinamarqueses e suecos seculares que verdadeiramente criaram as nações modernas e prósperas da Dinamarca e da Suécia que nós hoje admiramos.
IHU On-Line – Em uma sociedade religiosa, os valores humanos estão baseados em uma concepção que vai além do próprio humano, chegando a Deus. Em que estão baseados os valores humanos em uma sociedade irreligiosa?
Phil Zuckerman – Simples: no valor fundamental da vida humana. Os dinamarqueses e os suecos têm um respeito muito forte pela dignidade humana. Eles criaram sociedades com as menores taxas de pobreza do mundo, as menores taxas de crimes violentos do mundo e o melhor sistema de educação e de saúde do mundo. Eles fizeram isso não como uma tentativa de agradar ou alcançar Deus, mas porque vêem um valor manifesto na vida humana e acreditam que o sofrimento é um mal em e além de si mesmo.
Não é necessário acreditar em Deus para acreditar na justiça. De fato, se poderia argumentar que aqueles que acreditam fortemente em Deus podem ser mais indiferentes e assumir que “tudo está nas mãos de Deus”, enquanto que os seculares sabem que a possibilidade de construir uma vida e um mundo melhores está nas mãos deles e apenas deles. Então, os dinamarqueses e os suecos contaram apenas com o seu próprio esforço – não com orações a Deus.
IHU On-Line – Podemos assumir que uma sociedade irreligiosa não é a garantia do inferno na terra. Porém, quais seriam suas principais limitações e problemas sociais? Quais seriam suas causas?
Phil Zuckerman – Nenhum país é livre de problemas. Nenhuma sociedade é livre de quaisquer erros ou fraquezas. Sim, existem problemas na Dinamarca e na Suécia. Mas eu diria que, independentemente de quais sejam esses problemas, eles comumente são piores em qualquer outro lugar. Quais limitações ou problemas podem surgir em sociedades seculares? Eu não posso dizer com certeza. Eu não tenho resposta.
IHU On-Line – Em seu livro, você afirma que uma “sociedade sem Deus não é apenas possível, como também pode ser moral, próspera e completamente agradável”. Essa é apenas uma constatação ou também uma sugestão? Sua intenção é defender e propor uma sociedade ateísta?
Phil Zuckerman – Eu não tenho nenhum desejo de propor uma sociedade ateísta. Eu acho que a religião pode ser uma coisa boa e moral. Eu acho que a religião oferece histórias e rituais maravilhosos, que os líderes religiosos ajudam as pessoas durante tempos difíceis ou nos ritos de passagem e que a religião – como qualquer criação humana – pode, às vezes, ser uma força potencial do bem no mundo. Eu não estou recomendando que as sociedades se tornem seculares. Eu estou simplesmente tentando mostrar ao mundo que o secularismo não é um mal em ou além de si mesmo, que a religião não é o ÚNICO [sic] caminho para se criar uma sociedade saudável e que precisamos reconhecer que as nações mais religiosas hoje são as mais caóticas, miseráveis e corruptas, e a tendência é que as sociedades menos religiosas hoje sejam as mais estáveis, seguras e humanas. As pessoas podem fazer o que quiserem com essas informações.
IHU On-Line – Na sua opinião, qual a explicação para a grande maioria da população que se considera religiosa em países como o Brasil? Seríamos menos “satisfeitos”?
Phil Zuckerman – Eu não sei se as pessoas são menos satisfeitas e contentes no Brasil por si sós (todo brasileiro que eu já conheci era muito feliz e satisfeito!). O que eu sei é que, no Brasil, vocês têm taxas de pobreza e de criminalidade mais altas, níveis muito altos de desigualdade, de corrupção política, um sistema de saúde mais pobre, uma igualdade de gênero mais fraca etc. Vocês têm centenas de milhares de desabrigados vivendo nas ruas, dezenas de milhares de crianças pedindo comida etc. Claro, vocês também têm Milton Nascimento e Os Mutantes. Então, quem pode reclamar?
IHU On-Line – E nos EUA mesmo, país plenamente “satisfeito” em termos sociais, como o senhor explica a grande expansão de seitas cristãs?
Phil Zuckerman – Explicar a religião nos EUA é um assunto de grande importância – e eu abordo isso no meu livro. Em poucas palavras, os altos índices de religiosidade nos EUA têm a ver com o seguinte: a religião é pesadamente comercializada e agressivamente “vendida” aqui. Nós também temos altas taxas de pobreza, de criminalidade e de desigualdade, nós também temos altos índices de diversidade racial e étnica e um excesso de comunidades imigrantes – tudo isso contribui com a nossa forte religiosidade aqui nos EUA.
IHU On-Line – Em seu livro, você diferencia o ateísmo ditatorial e o democrático, assim como a religiosidade ditatorial e a democrática. Em que se fundamenta essa diferenciação?
Phil Zuckerman – Simples: o ateísmo é forçado sobre a população ou não? Na antiga URSS, a religião se tornou virtualmente ilegal, e as pessoas que eram fortemente religiosas enfrentaram todos os tipos de punições possíveis, incluindo a tortura e a prisão. Esse também foi o caso da Albânia. E da Coréia do Norte. Se uma sociedade é regida por fascistas que impõem o ateísmo sobre uma população relutante, ele não é orgânico. É forçado. Entretanto, se olharmos os países democráticos onde a religião é simplesmente abandonada pelas pessoas livremente ao longo do tempo e sem nenhuma coerção governamental (como na Grã-Bretanha, nos Países Baixos, na Escandináviaetc.), então podemos dizer que esse é um secularismo mais orgânico, verdadeiro, livre e honesto.
IHU On-Line – Não se poderia ler em seu livro um pouco de “preconceito” com os ateus, afirmando que eles são “bons”, e um pouco de “obviedade” com os religiosos, por mostrar que eles também são humanos e têm o direito de errar, inclusive socialmente?

Phil Zuckerman – Eu não tenho certeza do que você quer dizer com essa questão. Eu não sei se os ateus são “bons”. Tudo o que eu sei é que as sociedades menos religiosas da Terra hoje tendem a ser as mais saudáveis, mais morais, mais igualitárias e mais livres – e as nações mais religiosas da Terra hoje tendem a ser as mais corruptas, pobres, dominadas pelo crime e caóticas. Os leitores podem fazer o que quiserem com essa informação. E eu sei que as pessoas relativamente não-religiosas que eu conheci e/ou entrevistei na Escandinávia estavam entre as pessoas mais gentis e mais humanas que eu já conheci – e tudo sem muita fé em Deus.
Notas
1. Nikolai Frederik Severin Grundtvig (1783-1782) é uma das personalidades mais importantes na história da Dinamarca. Professor, escritor, poeta, filósofo, historiador, pastor e político, Grundtvig teve grande influência na história dinamarquesa. Os escritos de Grundtvig contribuíram para o surgimento do nacionalismo dinamarquês, a formação de cultura democrática e o desenvolvimento econômico. Convertido ao luteranismo em 1810, publicou"Kort Begreb af Verdens Krønike i Sammenhæng" [A crônica do primeiro mundo], de 1812, uma apresentação da história européia em que tenta explicar como Deus se faz presente na história humana e no qual critica a ideologia de diversos expoentes dinamarqueses.  Em 1825, publicou "Kirkens Gienmæle" [A réplica da igreja], uma resposta à obra de H. N. Clausensobre o protestantismo e o catolicismo. Para Clausen, apesar de a Bíblia ser a principal base do cristianismo, ela era uma expressão inadequada de seu sentido global. Grundtvig chamou Clausen de professor anticristão e defendeu que o cristianismo não era uma teoria para ser derivada da Bíblia e elaborada por estudiosos, questionando o direito dos teólogos de interpretar aBíblia. Por causa disso, foi proibido de pregar pela Igreja Luterana durante sete anos. Entre 1837 e 1841, publicou “Sang-Værk til den Danske Kirke”[Obra musical para a Igreja dinamarquesa], uma rica coleção de poesia sacra. No total, Grundtvig escreveu ou traduziu cerca de 1.500 hinos. A partir de 1830, deu origem ao movimento “Folkehøjskole” [alta escola popular] daDinamarca, que influenciou a educação de adultos nos EUA na primeira metade do século XX, por meio de um tipo singular de escola, do e para o povo. As reflexões de Grundtvig sobre educação eram norteadas por cinco idéias centrais: a palavra viva (det levende ord), iuminação para a vida (livsoplysning), iluminação do Povo (folkeoplysning), dialógo equilibrado (Vekselvirkning) e as pessoas comuns acima das educadas (folket overfor de dannede).

Fonte: http://integras.blogspot.com.br/2008/12/pas-menos-religiosos-so-os-mais.html

.

De onde surgiram tantos ateus?


Uma pesquisa na Universidade de Oxford mostrou que cerca de 48% dos estudantes não acreditam em Deus. Talvez isso não seja tão surpreendente – a maioria das pessoas acredita que ateus sejam bem instruídos, principalmente os de Oxford que têm como professor o ícone do ateísmo Richard Dawkins.
Richard Dawkins
Mas há algumas curiosidades sobre isso quando a “população amostral” da pesquisa é o mundo e suas diferentes culturas, não Oxford. Estudos mostraram que há, sim, uma relação entre estudo e a fé em Deus, mas que o ateísmo é mais forte naqueles que têm apenas o ensino médio completo do que naqueles com nível superior completo.
A pesquisa também indicou que as pessoas com mais estudo tendem a acreditarem em coisas mais estranhas. 29% das pessoas com apenas o nível fundamental completo acreditavam em telepatia, contra 51,8% das pessoas com nível superior completo.
Essas pesquisas mostraram, também, que a questão religiosa não depende apenas do nível educacional, mas do sexo, do tipo de cultura e da idade dos entrevistados. Então os não-ateus podem ficar aliviados: já não há mais a crença de que eles sejam menos inteligentes que os ateus.
Fonte: http://www.newscientist.com/

.

sábado, 25 de abril de 2015

Filósofos Ateus

Filósofos Ateus


Epicuro Epicuro nascido na ilha de Samos na Grécia em (341 a.c) não
Epicuro
era ateu no sentido mais amplo da palavra, mas foi com certeza um dos primeiros a rejeitar a idéia de um deus pessoal. Através da revisão do átomo ele destrói o conceito de alma e de Deus. Ele parte da lógica que a alma não é percebida já que ela não tem emoção, não é palpável e nem perceptível então ela não existe.

Segundo ele se fossemos dividindo a matéria de nosso corpo em pedaços cada vez menores chegaria ao átomo e este ultimo também era constituído de matéria. Logo a alma era apenas um conceito criado, assim como Deus. Deus era a projeção das qualidades humanas e por isso todos os deuses teriam qualidades humanas. Também diz que a existência seria incompatível com o sofrimento do mundo.

Epicuro é conhecido ainda pelo dilema criado a partir do paradoxo e, ou, o problema do mal que coloca em xeque a existência divina. Conceitos como onipotente e onisciente caem por terra:

Enquanto onisciente e onipotente, tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele. Mas não o faz. Então não é onibenevolente.

Enquanto omnipotente e onibenevolente, então tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas não o faz, pois não sabe o quanto mal existe e onde o mal está. Então ele não é omnisciente.

Enquanto omnisciente e omnibenevolente, então sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Mas não o faz, pois não é capaz. Então ele não é omnipotente.
Carnéades de Cirene



Carnéades de Cirene Carnéades de Cirene(214-129 a.c) foi o primeiro a manifestar publicamente que os Deuses não existiam. Declarou isso no senado romano onde estava de representante de Atenas. Ele tinha influências epicuristas.

Diderot



Diderot O filosofo Denis Diderot (1713 – 1784) ele é autor do livro A Religiosa. Onde denuncia vários abusos da igreja Católica a qual dominava a população européia como todo. Ficou conhecido com a famosa frase: “O homem só será livre quando o ultimo déspota for estrangulado com as entranhas do ultimo padre.”
Feuerbach



No séc XIX o número de filósofos ateus aumentou consideravelmente. Ma foi alemão Ludwig Feuerbach (1804 – 1872) o mais notável que influenciou o mais conhecido pensador ateu: Karl Marx. Para ele Deus era uma projeção do homem em imaginação de sua própria evolução. Em sua obra A Essência Do Cristianismo, ele diz que “o homem cria deus a sua imagem e semelhança”.


Ainda na mesma obra Feuebarch afirma que a criatura inventou o criador e, portanto, é ela verdadeiramente o criador. Deus é um reflexo do próprio homem, uma projeção, uma inversão dos desejos humanos, um produto no qual o homem finito precário e dependente projeta seus desejos e possibilidades de perfeição, onipotência. A religião consiste no sentimento mais puro e absoluto do homem. O homem deseja para si o que nele mesmo não encontra, como por exemplo: o ideal de justiça, bondade e virtude. Deus é um homem genérico que idealizamos e que não conseguimos realizar por nós mesmos (NOGARE, I990).


Karl Marx

Karl Marx (1818-1883) contemporâneo de Feuerbach e influenciado por este Marx não deixou duvida de seu ateísmo. Fez uma releitura de Hegel e criticou o idealismo dialético colocando a idéia como produto da realidade. Para ele não era o Estado em si que movia a história e sim o conflito das classes, esses conflitos moviam a história para uma evolução com um auge comunista se aproximando dessa forma da idéia de Kant, que acreditava em um fim moral. Diz que o ateísmo é uma consciência individual e necessária.





Ao estudar a teoria marxista, Faddem discorre que o que deve ficar bem claro, é que para o filósofo - historiador o medo criou a divindade. Deus nada mais é que o reflexo do próprio homem. Foi o homem quem criou a divindade e não o contrário. A religião com os seus ritos são apenas manifestações de um homem desesperado e indefeso diante da fúria da natureza. “A religião nasceu com o método supersticioso para mitigar os horrorosos efeitos das forças naturais” (FADDEM, 1963, p. 150).

Nietzsche

Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo póstumo e conhecido como o assassino de Deus. Em sua obra O Anticristo afirma que só ouve um cristão e morreu na cruz, fala que o cristo verdadeiro é desconhecido e o que as pessoas seguem é a distorção de Paulo de Tarso. Colocou o cristianismo como negação da vida. Disse que o homem que mata Deus, também se torna um Deus.


Sartre
No séc.XX um dos mais famosos filósofos ateus é Sartre (1904-1980) Suas obras foram incluídas como livro proibido pelo vaticano. Em seu existencialismo a moral é colocada como valor existente sem necessidade de divindades. Para ele a moral é uma consciência de responsabilidade e não o medo de ser punido. Sam Harris Dos filósofos ateus contemporâneos
Sam Harris
mais ilustres é Sam Harris (1967). Graduado em filosofia e doutor em neurociência. O pensamento de Harris é ideológico e também físico para demonstrar a “farsa das religiões” ele diz que: “A religião está perdendo argumentos perante a ciência”. Harris utiliza imagens de ressonância magnética neurológica para entender a crença, descrenças e incertezas. Harris escreveu dois livros: A Morte Da Fé (2004) e Carta A Uma Nação Cristã (2006).

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Por que o debate entre fé e razão não pode ser deixado de lado

Por que o debate entre fé e razão não pode ser deixado de lado

Richard Dawkins

Richard Dawkins hoje reina entre os ateístas, por sua defesa vigorosa do pensamento científico e pela crítica humanista aos enganos da religião. O pensador inglês tem a seu favor o lastro de milênios de pensamento crítico e o vigor de argumentos necessários para a civilização. A meta é a emancipação do humano diante do que ele mesmo criou, uma rede de representações do mundo sobrenatural, onde habitariam deuses e de onde comandariam a vida na Terra e no além. Emancipado, o indivíduo moderno pode chamar de ficção cultural o que bilhões de pessoas chamam de Senhor, e pode fundar sociedades sobre valores de liberdade, de tolerância e de consistência moral e jurídica.

Minoritários, os ateus parecem exóticos, e a crença em divindades, natural. Isto obriga os ateus a manter um arsenal de argumentos, certa vigília e, eventualmente, atitude de combate, o que aborrece crentes e produz nova safra de desentendimentos. Sem a galhardia dos céticos, agnósticos e ateus, porém, pouco saberíamos do universo, do corpo humano e das soluções jurídicas e tecnológicas que enchem de conforto a vida moderna. A discussão entre razão e fé não pode ser arquivada; será atual por muitos séculos.

Instituída há 5 mil anos, junto com o Estado e antes de alfabeto, biblioteca, museu, universidade, telescópio e internet (!), a religião é o antigo antiquado intrometido na modernidade. Todavia, alguns antigos já percebiam o problema, e o disseram com inteligência que parece moderna, falando nosso idioma. Ei-los.

Escrito na tumba do faraó Intef II, no Egito de 4.084 anos atrás, o “canto de um harpista” revela inteligência cética onde imperava poderosa teologia. “Ninguém volta (...) para dizer o que precisam (...)”, diz a canção: tudo o que se fala do além (base da cultura egípcia) é invenção dos que aqui estão, em estado de ignorância. “Por isso alegra teu coração, esquece que serás um espírito, segue teu desejo por mais que vivas, põe mirra em tua cabeça, veste linho fino”, canta o(a) harpista, antecipando em 2 mil anos o famoso carpe diem (colhe o dia) do poeta latino Horácio. Nada sabemos, vivamos do melhor modo possível.

A segunda geração de filósofos gregos questionou a natureza e a função das divindades. Xenófanes de Colofão: “Se os cavalos tivessem mãos e pudessem grafar, fariam seus deuses com a imagem de cavalos”; para não restar dúvidas, arremata: “os egípcios pintam seus deuses baixos e negros, os trácios os fazem altos e ruivos.” A religião, depreende-se, é produto cultural, relativo, criado pelo homem com auxílio de imagens, que dão forma à crença e a comunicam. Muitos se perguntam onde caberiam todas as divindades imaginadas ao longo dos séculos. E afinal, qual dos mitos é o verdadeiro? O meu, o teu, o do mais forte, o mais belo, o mais filosófico, o mais moral, o mais oriental, o que sacia ansiedades, o que entorta braço, o que me aproxima da cura ou da pessoa amada? Todos ficção, o que não os deleta, muito pelo contrário, redime os mitos e os faz matéria preciosa para a compreensão dos símbolos que formam a cultura. Logo, a imaginação é grau maior do mito e das religiões; antes de Dawkins já estavam aqueles gregos e Freud, Frazer, Lévi-Strauss e Mircea Eliade para ler este código cultural. Todos herdeiros de Heráclito: “Que são os deuses? Homens imortais. Que são os homens? Deuses mortais.” O humano promete mais, e pode a cada dia superar-se.

Sobre o território para o pensamento emancipado, brilharam os sofistas, na Atenas do século 5º a.C. Mestre de Péricles, Anaxágoras de Clazômenas foi acusado de ateísmo, ao propor que a Lua não era Selene, irmã do Sol e da Aurora, mas um corpo celeste resultante da colisão de um astro contra a superfície da Terra, de onde desprendeu-se uma parte, lapidada pelo tempo, ora em órbita (exatamente o que hoje se pensa sobre a formação da Lua). Eis a ciência crescendo em um mundo em que os deuses podiam tornar-se obsoletos. Atomistas como Epicuro e Lucrécio Caro, e cínicos clássicos como Diógenes, completaram a cena antiga do pensamento emancipado.

Novidades, doravante, somente na era moderna, com a sagacidade de Giordano Bruno, desafiando a cosmologia opressora, com a ironia de Voltaire – um Xenófanes com muito estilo e prosa, ou com a lucidez de Immanuel Kant, em cuja obra se funda a dimensão política e ética do homem contemporâneo. Bem lido, Kant responde à pergunta do cardeal Martini a Umberto Eco, no célebre debate: em que creem os que não creem? Naquilo que podem determinar pelo pensamento e optar por critério ético de universalidade, sem medo de castigo infernal ou carência de tutela divina. Faltava pouco para Nietzsche reler e inverter Lutero, e declarar a morte de deus.

O cadáver, todavia, é imenso, e nele ainda se refestelam exploradores de toda ordem, dos mais polidos aos mais afoitos, que ora aceleram a máquina religião com força máxima, e enriquecem com
os votos e dízimos de milhões de iludidos. Em cenário de crise e no vazio de uma educação pública decente, os crentes e sua ofensiva política e social são hoje um dos principais desafios do Brasil e do mundo, prontos para reverter o frágil edifício da civilização. Eis porque todos os artistas e filósofos, do harpista egípcio a Dawkins e cada um de nós, hoje precisam assumir sua modernidade e defendê-la como se fosse a muralha de uma cidade chamada liberdade.

Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2015/04/por-que-o-debate-entre-fe-e-razao-nao-pode-ser-deixado-de-lado-4737767.html

A CRENÇA EM DEUS SURGIU DO MEDO DA MORTE?

A Vida Após a Morte (LEGENDADO)

Você pode ter uma vida significativa sem vida após a morte? Foi perguntado a várias pessoas sobre os méritos da existência humana e os conceitos de recompensa póstuma e punição. Que este vídeo possa responder as reivindicações religiosas de que uma vida secular é sem sentido e vazia e lembrar a todos nós para valorizar nossa estada preciosa e temporária no planeta Terra.







A CRENÇA EM DEUS SURGIU DO MEDO DA MORTE?



A vida do ser humano é curta e passageira, cheia de imprevistos e mudanças que podem levá-lo do êxtase ao desespero, uma caminhada cheia de obstáculos rumo a morte. Sem a menor chance de fugir dessa verdade cruel, o ser humano tenta de todas as formas encontrar uma explicação que possa amenizar esta triste sina. Do intelecto humano já surgiu de tudo, desde imortalidade da alma a reencarnação, de vida eterna no céu ao tormento eterno no inferno de fogo ou talvez uma chance de purificação num purgatório ou limbo, sem falar num paraíso junto a Alá ou um estado de elevação espiritual chamado nirvana, tudo isto baseado numa sensação chamada por muitos de fé, palavra essa que denota firme convicção em algo a despeito de qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, portanto algo sem evidencia ou comprovação clara.
     Desde os tempos remotos o ser humano tenta desvendar este mistério. Os antigos povos sumérios e acadianos já tinham suas crenças sobre vida após a morte e algum tipo de adoração a antepassados falecidos. Os mortos eram enviados para um mundo subterrâneo do qual não havia retorno. Os vivos reverenciavam os mortos, pois acreditavam que assim garantiriam o bom andamento das coisas no mundo dos vivos. Não existia concepção de julgamento pós-morte entre os mesopotâmicos. Acreditava-se que o “espírito” dos mortos atravessava um rio até o “sombrio” mundo dos mortos, onde permaneceria pela eternidade (Jeremy Black and Anthony Green. Gods, Demons, and Symbols of Ancient Mesopotamia, Fifth University of Texas Press Printing, 2003).
     Os maias, astecas e incas chegavam a fazer sacrifícios humanos, arrancando o coração da vítima ainda por pulsar e bebendo seu sangue diante do Deus Sol, numa tentativa de prolongar sua vida e acalmar sua divindade. Nas festividades da colheita os astecas davam as vítimas de sacrifícios taças de chocolate para que as almas chegassem mais rápido ao céu de uma forma que agradasse as divindades, pois o chocolate era considerado o alimento dos Deuses. As vítimas sacrificiais deveriam ser perfeitas e havia grande honra em conhecerem e serem escolhidas pelo imperador, tornando-se, depois da morte, espíritos com caráter divino que passariam a oficiar junto aos sacerdotes (Guy Annequim, Religião e Ciência entre os Maias, A Civilização dos Maias. Rio de Janeiro, Otto Pierre Editores, 1977).
    No antigo Egito o processo de mumificação era uma tentativa de vencer a morte. Quando o corpo morria sua alma ia para o Reino dos Mortos. Enquanto a alma residia nos Campos de Aaru, o Deus Osíris exigia pagamento pela proteção que ele propiciava. Acreditava-se que colocando bastante riqueza junto ao morto, ele teria mais facilidade em sua outra vida. Obter a recompensa no outro mundo era uma verdadeira provação, exigindo um coração livre de pecados e a capacidade de recitar encantamentos, senhas e fórmulas do Livro dos Mortos. No Salão das Duas Verdades, o coração do falecido era pesado contra uma pena da verdade e justiça, retirada de um ornamento na cabeça da deusa Maet. Se o coração fosse mais leve que a pena, a alma poderia continuar, mas, se fosse mais pesada, era devorada pelo demônio Ammit (Rosalie David, Religião e Magia no Antigo Egito. Difel, 2011. ISBN 9788574321165).
     No poema épico Odisseia, Homero refere-se aos mortos como “espectros consumidos”. Uma ultravida de eterna bem-aventurança existiria nos Campos Elísios, mas estaria reservada para os descendentes mortais de Zeus. Em seu Mito de Er, Platão descreve almas sendo julgadas imediatamente após a morte e sendo enviadas ou para o céu como recompensa ou para o submundo como punição. Depois que seus respectivos julgamentos tivessem sido devidamente gozados ou sofridos, as almas reencarnariam. O Deus grego Hades é conhecido na mitologia grega como rei do submundo, um lugar gélido entre o local de tormento e o local de descanso, onde a maior parte das almas residiam após a morte. Os romanos tinham um sistema de crenças similares quanto à vida após a morte, com Hades sendo denominado Plutão. O príncipe troiano Enéas, que fundou a nação que se tornaria Roma, visitou o submundo de acordo com o poema épico Eneida (Junito de Souza Brandão, A vida após a morte na Grécia Antiga. “Mitologia Grega", Vol. II. Petrópolis, Vozes, 2004).
    Povos tribais na Melanésia, na Polinésia, na Nova Guiné, na Índia, na Ásia, na África e nas Américas do Sul e do Norte, acreditam que os espíritos dos mortos são capazes de infligir todo tipo de danos aos vivos, sendo os parentes próximos considerados como os mais letais (James George Frazer. The Belief in Immortality and the Worship of the Dead. Londres, Macmillan, 1913). Todas estas crenças refletem a inconformidade do ser humano diante da morte. Muitas pessoas não satisfeitas com a esperança do além túmulo desenvolveram crenças relacionadas com poções mágicas, águas milagrosas ou árvores da vida que supostamente poderiam prolongar a vida eternamente.
     Os alquimistas chineses criaram vários elixires contendo cinábrio, enxofre, arsênico e mercúrio. Joseph Needham fez uma lista de imperadores que morreram provavelmente por ingerirem esses elixires. Na mitologia grega a Ambrosia, o manjar dos deuses do Olimpo era tão poderoso que se um mortal o comesse, ganharia a imortalidade. Segundo os alquimistas europeus, um elixir poderia ser sintetizado por meio da Pedra Filosofal prolongando a vida somente até que um acidente os matasse. Johann Conrad Dippel teria elaborado um óleo animal, chamado de Óleo de Dippel, que alguns acreditavam que seria o Elixir da Longa Vida. Uma destacada lenda urbana diz que o cientista Isaac Newton criou e bebeu essa poção, mas em vez de proporcionar-lhe a vida eterna, proporcionou-lhe a morte.

     O clássico mito sumério “A Epopéia de Gilgamés”, uma das mais antigas obras literárias conhecidas narra a incessante busca do herói por uma fonte milagrosa que curava e tornava a pessoa imortal. Pausànias, geógrafo e historiador grego do 2º século d.C., misturando lenda e realidade, falava de uma fonte que chamava de Calatos, situando-a próximo a Náuplia, no Peloponeso, na qual Hera se banhava para parecer sempre jovem e bela a Zeus, seu marido. Alexandre, o Grande, teria procurado pela fonte da juventude (ou pelo rio da imortalidade) durante sua campanha na Índia. Uma das razões pelas quais Fernando e Isabel, os Reis Católicos da Espanha, patrocinaram as viagens de Cristóvão Colombo era encontrar a fonte da juventude. O explorador espanhol Juan Ponce de León (1460-1521) tinha mais de 50 anos quando empreendeu a procura da fonte da juventude e do rio da imortalidade (Gonzalo Fernández de Oviedo. História General y Natural de las Indias, Livro 16, Capítulo XI). Obviamente, todos estes esforços se mostraram inúteis e acabaram em desilusão.

     Alguns escritos religiosos da antiga Caldeia afirmam que próximo de Eridu havia um jardim com uma misteriosa árvore sagrada plantada por divindades, cujas raízes eram profundas e os ramos atingiam o céu. Era protegido por espíritos guardiões onde nenhum homem poderia entrar. Na antiga literatura babilônica há freqüentes referências à árvore da vida. Representações da árvore são freqüentes em baixos-relevos e selos de alabastro. Seus frutos supostamente conferiam vida eterna aos que comessem deles. Os antigos egípcios, também possuíam lendas similares sendo que numa delas se apresentava a crença de que, depois do Faraó morrer, havia uma árvore da vida da qual teria de comer para se sustentar no domínio do seu pai, Rá. Na mitologia grega acreditava-se que nos Jardins das Hesperides, localizado numa ilha do oceano existiam as maçãs de ouro. Eram muito famosos na antiguidade, pois era lá que fluíam as fontes de néctar pelo divã de Zeus, ali a terra exibia as mais raras bênçãos dos deuses. Os persas possuíam uma tradição duma árvore da vida, a haoma, cuja resina conferia a imortalidade. A tradição chinesa menciona sete árvores maravilhosas. Uma delas, que é de jade, conferia a imortalidade pelo seu fruto. A mitologia escandinava fala de uma árvore sagrada chamada Yggdrasill, sob uma de suas raízes emanava uma fonte em que residia todo o conhecimento e toda a sabedoria. A mitologia nórdica fala de uma deusa chamada Iduna que guardava numa caixa as Maçãs da Imortalidade, que os deuses partilhavam a fim de renovar a juventude. Segundo a Bíblia, a árvore da vida era uma das duas árvores especiais que Deus colocou no centro do jardim chamado Éden. O primeiro casal humano foi impedido de alcançar esta árvore após terem desobedecido ao mandamento divino. Foram assim expulsos desse jardim ou paraíso original. Como forma de impedir que alguém voltasse a entrar no jardim e consequentemente comesse dos frutos da árvore da vida, Deus colocou criaturas sobre-humanas chamadas querubins, que possuíam uma espada de fogo que girava continuamente. (Count Eugene Goblet d'Alviella, Symbols: Their Migration and Universality. Dover Publications, 2000. ISBN 978-0486414379).
     Estes exemplos nos mostram que o ser humano desde seus primórdios, busca desesperadamente achar um sentido para a vida, um objetivo para sua existência. De onde viemos? O que fazemos aqui? Para onde vamos? Porque a vida é tão atribulada? O que significa a morte? Esses e muitos outros questionamentos têm angustiado a humanidade. Quando a morte lhe parecia iminente o pintor francês Paul Gauguin pintou um quadro descrito como “derradeira expressão da força artística”. O livro “Paul Gauguin 1848-1903: O Sofisticado Primitivo” (em inglês) diz: “O espectro da atividade humana abrangido pelo quadro cobre todo o curso da vida, do nascimento à morte... Ele interpretava a vida como um grande mistério.” Gauguin chamou esse quadro de “De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? (D’où venons-nous? Que sommes-nous? Où allons-nous?). O quadro de Gauguin levantou perguntas sobre o sentido da vida. Alguns preferem não pensar muito sobre tais assuntos, acham que devemos viver a vida da melhor maneira possível, sem muita preocupação com este tipo de questão, pois refletir sobre isso não levará a nada e acabaremos frustrados e se insistirmos neste tipo de questionamento ficaremos deprimidos.
    Mas o intelecto humano não se contenta em apenas aceitar as coisas como são, afinal é isso que nos separa dos demais animais, que simplesmente vivem suas vidas sem questionar o sentido dela. Os animais irracionais não questionam sua origem, o objetivo de estarem aqui e para onde vão, suas preocupações se resumem em conseguir alimento, fugir dos predadores e perpetuar a espécie através do acasalamento, aliás, nem podemos dizer que essas coisas são uma preocupação, mas sim um instinto natural que comanda suas vidas. Já o ser humano é um animal racional, que acumula conhecimento através das eras, tem a capacidade de se auto avaliar e aprender de seus erros. Porém é imprevisível nos seus atos, pode num momento fazer coisas terríveis e em outro demonstrar o mais sublime amor. Tanto é assim que não nos conformamos em ser um animal mais evoluído, não, precisamos ser algo mais, é necessário haver um propósito para nossa existência, temos de fazer parte de algo maior, afinal somos segundo a bíblia a imagem de Deus, criados a sua semelhança, filhos de um ser superior que se preocupa conosco, que está interessado em nossas decisões, que se importa com nossas ações. Desta forma nos sentimos importantes, queridos e amados, quem não gosta de si sentir assim? Esta crença num ser transcendental massageia nosso ego, eleva nossa auto-estima. “Se não existisse Deus, então seria necessário inventá-lo” já dizia Voltaire (Si Dieu n'existait pas il faudrait l'inventer. Collection complette des oeuvres de Voltaire. Volume 22, Página 406).

    As crenças religiosas sempre foram criadas pelos humanos diante do desconhecido. O desconhecido fogo, o desconhecido sol, o desconhecido eclipse, a desconhecida doença, a desconhecida fatalidade, e a tão desconhecida MORTE. Não é por acaso que a humanidade através dos tempos tem criado essas filosofias variadas sobre vida após a morte numa tentativa de defesa do nosso próprio psicológico às imensas dores provenientes da morte. É impossível pensar numa crença religiosa sem estar relacionada com algum tipo de expectativa a respeito da vida pós-morte.


Fonte - Este texto foi extraído do livro "A Bíblia Sob Escrutínio", publicado pela Editora Clube de Autores.

Fonte: http://deusesehomens.com.br/ateismo/item/150-a-crenca-em-deus-surgiu-do-medo-da-morte

  




terça-feira, 14 de abril de 2015

Milhares de anos antes de o Deus (Adâmico) criar Adão e Eva: Os homens primitivos já habitavam o Brasil!

Milhares de anos antes de o Deus (Adâmico) criar Adão e Eva: Os homens primitivos já habitavam o Brasil! 




Nos tempos primitivos não havia documentos escritos sobre a vida nem sobre o homem.

Esse período é chamado de pré-história e o que se conhece a seu respeito baseia-se nos objetos que restam dessa época.

A pré-história divide-se em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. A Idade da Pedra foi dividida em dois períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada e Neolítica ou Idade da Pedra Polida.

O período Paleolítico é a etapa mais antiga da pré-história, ou seja, a mais antiga da evolução do homem, essa época começou há cerca de dois milhões de anos e terminou há cerca de dez mil anos. Nessa época ocorreu uma importante evolução física no homem, surgiram os primeiros homens modernos, isto é, da espécie Homo sapiens, acompanhada de evolução cultural, que dura até os nossos dias.

E este período Paleolítico ou Pedra Lascada se dividiu em três etapas: inferior, médio e superior. Seu desenvolvimento está ligado às quatro fases da Era Glacial (períodos muito frios), separadas por intervalo de clima temperado, parecido com o atual, conhecido como era interglacial.

O Paleolítico é o primeiro e o mais extenso período que conhecemos da história da humanidade. Neste período surgem os primeiros hominídeos antepassados do homem moderno.

Os homens paleolíticos foram se diferenciando sempre mais dos seus antepassados.Com o desenvolvimento da mente e a acumulação de experiências e conhecimentos, os homens primitivos foram aperfeiçoando seus instrumentos, utensílios domésticos e armas, suas técnicas e meios de subsistência. Desenvolveram também suas vidas em sociedade, suas atitudes e hábitos sociais, como a vida familiar, a vida em grupos, a participação coletiva.

Neste período introduziram cerimônias religiosas, aperfeiçoaram a arte, o artesanato, passaram a construir casas e abrigos, a fazer agasalhos, descobriram o fogo e inventaram os meios de comunicação e transporte. Ainda neste período, surgem também os primeiros hominídeos antepassados do homem moderno.

Vejamos as suas principais características:

- Alimentação. Os homens paleolíticos ainda não produziam seus alimentos, não plantavam e nem criavam animais. Eles retiravam os alimentos da natureza. Coletavam frutos, grãos e raízes, pescavam e caçavam animais.
Os homens paleolíticos se alimentavam da caça, da pesca e da coleta de frutas e raízes silvestres.

- Os instrumentos ou ferramentas. Os instrumentos ou ferramentas do paleolítico eram de pedra, madeira ou osso. A técnica usada para fabricar esses instrumentos era de bater na pedra de maneira a lhe dar a forma adequada para cortar, raspar ou furar.

Os principais instrumentos foram os machados de mão, pontas de flecha, pequenas lanças, arpões, anzóis e mais tarde agulhas de osso, arcos e flechas. Os homens paleolíticos fabricavam seus instrumentos de pedras, ossos e madeira e faziam uma grande variedade de instrumentos como lanças, lâminas, ponta de flechas, martelos etc.

- Habitação. Os homens do Paleolítico viviam de uma maneira muito primitiva, em grupos nômades, ou seja, se deslocavam constantemente de região para região em busca de alimentos. Habitavam cavernas, copas de árvores, saliências rochosas ou tendas feitas de galhos e cobertas de folhas ou de pele de animais.
Os homens do paleolítico utilizavam diversos tipos de moradia como cavernas, tendas feitas de pele de animais e cabanas feitas de galhos e folhas de árvores.

- Religião. O homem divinizava as forças da natureza, acreditavam na vida após a morte, enterravam seus mortos debaixo de grandes lajes de pedra suspensas, de nome sambaqui, com suas roupas, armas, enfeites e oferendas. Também adoravam deusas que representavam a fecundidade, pois uma das principais preocupações do homem primitivo era a conservação da espécie humana.

- Vestuário. As roupas eram feitas de pele de animais, as mulheres faziam as vestimentas que eram coloridas e tinham vários enfeites. Elas limpavam e curtiam essas peles até deixá-las bem macias. Usavam agulha de osso e fios de costura eram tendões, tripas secas ou tirinhas de couro. Também faziam joias e adornos feitos de âmbar, marfim e conchas.

- Organização Social. No início do paleolítico a organização social se baseava em pequenos grupos humanos, e unidos por laços familiares. Com o passar do tempo a vida em grupo evoluiu e começaram a se organizar socialmente. Havia uma divisão simples do trabalho de acordo com idade e o sexo. Onde as mulheres cuidavam das crianças e juntamente com elas eram responsáveis pelas coletas de frutos e raízes, os homens caçavam, pescavam e defendiam o território, sempre realizavam as tarefas em grupo. Neste período acreditam os estudiosos que existia algum tipo de hierarquia que distribuía o trabalho. Tudo que caçavam, pescavam ou coletavam eram divididos entre eles. Viviam sempre em grupos, havia uma divisão simples do trabalho, e o que caçavam e coletavam eram divididos entre todos.

- Desenvolvimento da linguagem. O progresso cultural do homem é expresso pela comunicação e pela vida em sociedade. A linguagem era necessária para a convivência em grupo. A linguagem do homem paleolítico se baseava no início em gestos, sinais e desenhos e mais tarde se baseava também na voz.

E o que são pinturas rupestres?

Pinturas rupestres são pinturas e desenhos registrados no interior de cavernas, abrigos rochosos e, mesmo ao ar livre. São artes do período paleolítico, também chamado de arte parietal e existe no mundo todo, apesar de ser mais abundante na Europa.

No Brasil, há vestígios de arte rupestre em Florianópolis, Santa Catarina, Bahia e Piauí.
As pinturas geralmente representavam figuras de animais como cavalos, mamutes e bisontes e figuras humanas onde representavam à caça, danças, rituais ou guerreiros.
As pinturas eram executadas a dedo, com o buril, com um pincel de pelo ou pena, ou ainda com almofadas feitas de musgo ou folhas. Eram utilizados materiais corantes minerais nas cores ocre-amarelo, ocre-vermelho e negro. Sempre utilizavam pigmentos de cores naturais.

Tentavam obter terceira dimensão, aproveitando os acidentes naturais do teto e da parede das cavernas e também aplicando linhas de sombreado e braços de diferentes grossuras.

Além das pinturas rupestres a arte paleolítica também fazia esculturas em marfim, osso, pedra e argila. Essas esculturas representavam as “Vênus” primitivas, eram figuras femininas e também animais.

Como ocorreu a descoberta do fogo?

Uma descoberta muito importante do período paleolítico foi o fogo. Onde o homem primitivo inicialmente observou esse fogo surgindo espontaneamente, aos poucos perderam o medo e começaram primeiramente utilizá-lo de vez em quando e de maneira desorganizada, como fonte de iluminação e aquecimento. Para isto foi necessário descobrir como mantê-lo aceso, isto também resultou provavelmente da observação de que brasas resultantes da queima natural de madeira podiam ser realizadas pela ação do vento, ou pelo sopro, fazendo a chama reaparecer.

A etapa seguinte era produzir o fogo, talvez novamente pela observação eles notaram que o fogo aumentava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas, isto indicou que a chama poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Desta forma, descobriram que o atrito entre dois pedaços de madeira seca aumentava a temperatura e produzia a chama, que podia ser ativada pelo sopro.

O homem primitivo através da observação também encontrou outra maneira de produzir fogo. Observaram que o choque produzido entre duas pedras produzia faíscas e que se colocassem folhas e galhos secos próximos dessas faíscas conseguiam fogo. Depois que o homem descobriu sua utilidade e como acendê-lo, passou a assar a carne e a cozinhar vegetais, junto ao fogo se reuniam, descansavam e se protegiam do frio e dos ataques de animais ferozes.

O grande avanço do homem paleolítico foi a descoberta do fogo, ele através de observação conseguiu utiliza-lo e também produzi-lo, o processo era simples, batiam uma pedra na outra para sair a faíscas ou esfregando duas madeiras uma na outra para gerar o calor.

Qual a importância das pinturas rupestres e da descoberta do fogo
para o homem?

Foi através das pinturas rupestres que os arqueólogos (pessoas que estudam coisas antigas, especialmente do período pré-histórico, quando o homem ainda não conhecia a escrita), puderam estudar vários aspectos dos seres humanos dessa época e como viviam o que faziam, do que se alimentavam, e principalmente a localização das regiões onde habitavam.

A arte rupestre segundo hipóteses levantadas pelos arqueólogos era uma das maneiras que eles usavam para se comunicar uns com os outros.
A descoberta do fogo foi um importante passo a evolução do homem, pois ele conseguiu desenvolvê-lo, controlá-lo e fazer uso em diversas coisas. A descoberta do fogo para o ser humano passou por várias transformações no seu modo de vida, o ser humano cada vez mais passou a ter controle da natureza.

Pinturas rupestres

Os grupos humanos do período paleolítico procuraram registrar seu modo de vida, seus costumes. Assim, os homens mais antigos, que viviam em cavernas, desenharam e pintaram em suas paredes cenas da sua vida que atravessaram milhares de anos e chegar aos nossos dias.

E a pré-história no Brasil, aconteceu? Como podemos pesquisar?

Todos nós aprendemos que a história do Brasil começa com a chegada das caravelas de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro no dia 22 de Abril de 1500. Porém, aqui já existiam habitantes, e em grande quantidade espalhadas por várias regiões.
Podemos afirmar através de conhecimentos e descobertas que existiu a pré-história no Brasil, essa afirmação se deve às novas descobertas feitas nas últimas décadas em nosso território.

Os primeiros habitantes do Brasil não deixaram nada escrito. Mas deixaram muitos vestígios arqueológicos como cavernas com pinturas rupestres, fósseis de bichos pré-históricos, objetos como ponta de flechas, machados, sepulturas etc. As marcas da pré-história brasileira estão presentes em todos os cantos do país. E o nome do conjunto desses vestígios encontrados em determinada região recebe o nome de sítio arqueológico e o mais conhecido em nosso país é o da Serra da Capivara no estado do Piauí.

Importantes descobertas feitas em São Raimundo Nonato, estado do Piauí, estão ajudando os estudiosos a reconstruir a história dos primeiros habitantes do Brasil. Eles também deixaram suas marcas nas cavernas em que viviam fazendo desenhos e pinturas. Além das pinturas foram encontrados também utensílios de pedra, ossos e restos de fogueiras.

Breve comentário a respeito das pesquisas na Serra da Capivara em
São Raimundo Nonato – Piauí.

O Parque nacional da Serra da Capivara foi criado em 1975 e tombado em 1991 pela UNESCO, dos 400 sítios arqueológicos do parque, pelo menos dez já foram encontrados vestígios de presença humana que podem alcançar mais de 40.000 anos.
Mas os vestígios mais antigos da presença humana na América foram encontrados em 1969 em São Raimundo Nonato, precisamente na toca do Boqueirão da Pedra Furada. São restos de fogueiras e instrumentos de pedra lascada, vários esqueletos humanos, uma enorme quantidade de ossos de animais hoje extintos como tigres dentes-de-sabre, mastodontes e pinturas rupestres.

A partir dessas descobertas, várias expedições foram feitas à área coordenada pela arqueóloga Neide Guidom. Em 300 sítios arqueológicos já conseguiram identificar um total de cerca de 9000 figuras em 200 abrigos.

As pinturas encontradas nas conversas de São Raimundo Nonato provocaram muitas discussões entre os arqueólogos, mas as pesquisas continuam e novos achados, novas pistas contribuirão para nos aproximar mais da verdade sobre o início da ocupação das Américas pelos seres humanos.

O Piauí abriga diversos sítios arqueológicos importantes, dentre os quais se destaca o Parque Nacional da Serra da Capivara, onde estão os achados arqueológicos do homem mais antigo das Américas.

Foram localizadas na região urnas funerárias, fósseis humanos, de mastodontes, lhamas, tigres dentes-de-sabre e preguiças-tatus gigantes. Suas pinturas rupestres, que representam rituais sexuais e de caça dos animais de então, foram declaradas patrimônio da humanidade pela UNESCO. Além da importância histórica e cultural, a Serra da Capivara, localizada a 534 km de Teresina, no sudeste do Piauí, possui paisagens.

Acredito que neste período a comunicação era feita através de gestos e de pinturas nas paredes das cavernas, as chamadas pinturas rupestres, nessas pinturas eles nos transmitiam muitas informações como, por exemplo, que eles viviam da caça e andavam sempre em grupo e também eram nômades.

Foi neste período também que o homem descobriu o fogo e aprendeu a lidar com ele. Isso demonstra que o ser humano é o único ser capaz de refletir e essa capacidade nos permite planejar tudo o que queremos até mesmo ir à busca do desconhecido.

Nós seres humanos temos a capacidade de descobrir coisas muito interessantes e isto só ocorre graças aos nossos antepassados. Porque aprendemos com eles e futuramente iremos passar para os nossos filhos e assim a história continua.

A importância de discutir esse período da pré-história é descobrir que em nosso país também existiu esse período e é grande.
 Antes só sabíamos a história do Brasil a partir da chagada de Pedro Álvares Cabral em 22 de abril de 1500.

Sendo assim: Alguém inventou que Adão foi o primeiro homem à abitar o Planeta Terra supostamente criado do barro pelo (Deus adâmico).  Acerca de (10.000) anos atrás.

Pense nisso!  Questione!  Pesquise sempre!
Busque sempre pela verdade através do conhecimento:
E a verdade e o conhecimento te libertará da ignorância!. 








.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Famílias sem religião estão fazendo um trabalho melhor do que as demais

Famílias sem religião estão fazendo um trabalho melhor do que as demais


Um fenômeno moderno são as famílias seculares, famílias em que pai e mãe não se identificam com religiões nem crenças. Nos Estados Unidos, eles são chamados de “Nones”, por que afirmam não acreditar em nada em particular.
Lá, este fenômeno está dando origem a outro: o das crianças que “crescem sem Deus”. O número delas tem crescido, de cerca de 4% nos anos 1950 a 11% após 1970, segundo um estudo de 2012.
Porque o preconceito é racional, natural e até moral.

Atualmente, cerca de 23% dos adultos nos Estados Unidos alegam não ter religião, e mais de 30% dos americanos entre 18 e 29 anos dizem o mesmo. E como são estas crianças, que crescem sem agradecer as refeições ou ir ao culto dominical? Como é a moral e a ética deste povo?

O professor de gerontologia e sociologia Vern Bengston supervisionou o Longitudinal Study of Generations (Estudo Longitudinal de Gerações) durante 40 anos, o maior estudo sobre religião e vida familiar feito no país, e tem uma ou duas coisas a contar sobre o assunto, baseado nas suas descobertas.

Ter moral forte significa ser forte fisicamente

Por exemplo, as famílias seculares apresentam muito mais solidariedade e proximidade emocional entre pais e filhos, com padrões éticos e valores morais sendo passados para as próximas gerações. Segundo o professor, “muitos pais não religiosos eram mais coerentes e envolvidos com seus princípios éticos que alguns dos pais ‘religiosos’ em nosso estudo. A maioria parecia viver vidas plenas caracterizadas por uma direção moral e um sentido de que a vida possui um propósito”.
As famílias seculares têm seus próprios valores morais e preceitos éticos, entre eles a solução racional de conflitos, autonomia pessoal, livre-pensamento, rejeição de punições corporais, um espírito de questionar tudo e, principalmente, empatia. Para quem é secular, a moralidade tem um simples princípio: a reciprocidade empática, conhecida como a Regra de Ouro, que significa tratar os outros como gostaríamos que fôssemos tratados. Este é um imperativo ético antigo e universal, e não há nada nele que force a crença no sobrenatural.

Animais tem senso de moral como os humanos

“Afinal de contas”, pergunta uma mãe ateia, “se a sua moralidade está presa a uma crença em Deus, o que acontece se algum dia você questionar a existência de Deus? Sua moralidade vai se desfazer em pedaços? A maneira que estamos ensinando nossos filhos, não importa o que eles escolherem acreditar mais tarde na vida, mesmo se eles se tornarem religiosos, eles ainda terão este sistema moral”.
Na prática, os resultados são encorajadores. Adolescentes seculares têm menos tendência a se preocupar com o que os garotos populares estão pensando, ou de expressar uma necessidade de se enturmar com eles, do que os adolescentes religiosos.

5 estudos sobre o racismo. O 4º é impressionante
Quando estes adolescentes se tornam adultos, eles tendem a apresentar menos racismo que seus colegas religiosos. E muitos estudos mostram que adultos seculares tendem a ser menos vingativos, menos nacionalistas, menos militaristas, menos autoritários e mais tolerantes, na média, que os adultos religiosos.
A tendência é de que crianças seculares continuem sendo não religiosas quando crescerem. Isso pode ser bom. Os adultos seculares têm uma tendência maior a compreender e aceitar a ciência do aquecimento global, a apoiar a igualdade feminina e os direitos dos gays. Sem esquecer que os números baixos de ateus em prisões também parecem indicar que ateus e pessoas sem religião são os que menos se metem a cometer crimes.

Moralidade animal

No cenário internacional, países democráticos com os menores níveis de fé religiosa são também os que têm as menores taxas de crimes violentos e gozam de bem estar social relativamente alto. Se os pais seculares não pudessem criar crianças com boa moral e comportamento, então a preponderância deste tipo de família significaria o desastre social. Só que o que acontece é o contrário.
A pergunta que alguns pais se fazem, se eles podem estar cometendo um erro ao criar seus filhos sem a crença em Deus, tem uma resposta clara: não. Crianças que crescem em um lar secular não têm deficiências em nenhuma virtude ou traço positivo, e devem ser bem-recebidas pela sociedade.


 Fonte: Los Angeles Times.