Povos Mesopotâmicos – A origem do Gêneses
A Cidade mais conhecida da região da Mesopotâmia,
Babilônia é tida para muitos historiadores como o berço da civilização pelos
grandes avanços sociais, econômicos, políticos e culturais.
Jardins Suspensos da Babilônia |
Os primeiros
povos mesopotâmicos chegaram há mais de 5.000 anos atrás das montanhas da Ásia
central a procura de territórios férteis próximos aos rios, para fixarem
moradia. Por volta do século XIX a.C., os amoritas derrotaram os sumérios e
acádios que dominavam a Mesopotâmia. Oriundos do sul do deserto árabe,
construíram a cidade-Estado de
Babilônia, formando o Primeiro Império Babilônico.
Povos
Mesopotâmicos, Assírios, Babilônios, Sumérios, Babilônia, Código de Hamurabi,
Escrita Cuneiforme, Zigurate, Jardins Suspensos da Babilônia, Torre de Babel,
economia, arquitetura, arte, administração, Caldeus.
Zigurate |
A palavra
mesopotâmia tem origem grega e significa " terra entre rios". Essa
região localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde
atualmente é o Iraque. Esta civilização é considerada uma das mais antigas da
história.
Principais povos
Vários povos antigos habitaram essa região
entre os séculos V e I a.C. Entre estes povos, podemos destacar: babilônicos,
assírios, sumérios, caldeus, amoritas e acádios.
Características comuns
No geral, eram povos politeístas, pois
acreditavam em vários deuses ligados à natureza. No que se refere à política,
tinham uma forma de organização baseada na centralização de poder, onde apenas
uma pessoa ( imperador ou rei ) comandava tudo. A economia destes povos era
baseada na agricultura e no comércio nômade de caravanas.
Vantagens da região
Vale dizer
que os povos da antiguidade buscavam regiões férteis, próximas a rios, para
desenvolverem suas comunidades. Dentro desta perspectiva, a região da
mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia a população: água para consumo, rios para pescar e via de
transporte pelos rios. Outro benefício oferecido pelos rios eram as cheias
que fertilizavam as margens, garantindo
um ótimo local para a agricultura.
Sumérios
Este povo
destacou-se na construção de um complexo sistema de controle da água dos rios.
Construíram canais de irrigação, barragens e diques. A armazenagem da água era
de fundamental importância para a sobrevivência das comunidades. Uma grande
contribuição dos sumérios foi o desenvolvimento da escrita cuneiforme, por
volta de 4000 a.C. Usavam placas de barro,
onde cunhavam esta escrita. Muito do
que sabemos hoje sobre este período da história, devemos as placas de argila
com registros cotidianos, administrativos, econômicos e políticos da época.
Placa de argila com escrita cuneiforme |
Os sumérios,
excelentes arquitetos e construtores, desenvolveram os zigurates.
Estas construções eram em formato de pirâmides e serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos.
Construíram várias cidades importantes como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.
Estas construções eram em formato de pirâmides e serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos.
Construíram várias cidades importantes como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.
Babilônios
Este povo construiu suas cidades nas margens
do rio Eufrates. Foram responsáveis por um dos primeiros códigos de leis que
temos conhecimento.
Império Babilônico |
Baseando-se nas Leis de Talião ( " olho
por olho, dente por dente " ), o imperador de legislador Hamurabi
desenvolveu um conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade.
De acordo com o Código de Hamurabi, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido.
De acordo com o Código de Hamurabi, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido.
Torre de Babel |
Os
babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol. Além de Hamurabi, um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor II, responsável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia (que fez para satisfazer sua esposa) e a Torre de Babel (zigurate vertical de 90 metros de altura). Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém.
Assírios
Este povo destacou-se pela organização e
desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das
principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. Eram
extremamente cruéis com os povos inimigos que conquistavam. Impunham aos vencidos,
castigos e crueldades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre
os outros povos. Com estas atitudes, tiveram que enfrentar uma série de
revoltas populares nas regiões que conquistavam.
Caldeus
Os caldeus
habitaram a região conhecida como Baixa Mesopotâmia no primeiro milênio antes
de Cristo. Eram de origem semita. O imperador caldeu mais importante foi
Nabucodonosor II. Após a morte deste imperador, o império babilônico foi
conquistado pelos Persas.
Poema A Epopéia de Gilgamesh
A Epopéia de
Gilgamesh, o famoso rei de Uruk, na Mesopotâmia,
provém de
uma era totalmente esquecida até o século passado,
quando os
arqueólogos começaram a escavar as cidades soterradas
do Oriente
Médio. Até então, toda a história relativa ao longo período
que separa
Noé de Abraão estava contida em dois dos livros menos
atraentes,
por serem de cunho genealógico, do Livro do Gênesis. Destes
capítulos,
apenas dois nomes são lembrados até hoje no linguajar
cotidiano: o
do caçador Nimrod e o da torre de Babel. O ciclo de
poemas
reunidos em torno de Gilgamesh nos leva, contudo, de volta ao
meio daquele
período.
Estes poemas
têm direito a um lugar na literatura mundial, não
apenas por
precederem às epopéias homéricas em pelo menos mil e
quinhentos
anos, mas principalmente pela qualidade e originalidade da
história que
narram. Trata-se de uma mistura de pura aventura,
moralidade e
tragédia. Por meio da ação estes poemas nos revelam
uma
preocupação bastante humana com a mortalidade, a busca do
conhecimento
e a tentativa de escapar ao destino do homem comum.
Os deuses
não podem ser trágicos, pois não morrem. Se Gilgamesh não
é o primeiro
herói humano, é o primeiro herói trágico sobre o qual
conhecemos
alguma coisa. É aquele com quem mais nos identificamos
e que melhor
representa o homem em busca da vida e do
conhecimento,
uma busca que não pode conduzi-lo senão à tragédia.
Pode talvez
causar alguma surpresa o fato de que algo tão antigo
quanto uma
história do terceiro milênio a.C. tenha ainda algum poder
para comover
e continuar atraindo leitores no século XX; isto no entanto
acontece. A
narrativa está incompleta e pode ser que continue assim;
ela é, porém,
o mais admirável poema épico que nos chegou de todo o
período
anterior ao aparecimento da Ilíada de Homero; e é também
incomparavelmente
mais antigo.
Temos boas
razões para crer que a maior parte dos poemas de
Gilgamesh já
haviam sido escritos nos primeiros séculos do segundo
milênio a.C.
e que provavelmente já existiam numa forma bastante
semelhante
muitos séculos antes disso, ao passo que o texto definitivo e
a edição
mais completa da epopéia vêm do século VII, da biblioteca de
Assurbanipal,
antiquário e último dos grandes reis do Império Assírio.
Assurbanipal
foi um grande general, o saqueador do Egito e de Susa;
mas foi
também o compilador de uma notável biblioteca, composta por
documentos
relativos à história contemporânea e por hinos, poemas e
textos
científicos e religiosos muito mais antigos. Ele nos conta que enviou
seus servos
aos antigos centros de saber de Babilônia, Uruk e Nippur para
que
pesquisassem seus arquivos e copiassem e traduzissem para o
semítico
acadiano da época os textos escritos na antiga língua suméria
da
Mesopotâmia. Entre esses textos, "Copiados segundo o original e
cotejados no
palácio de Assurbanipal, Rei do Mundo, Rei da Assíria",
estava o
poema que chamamos a Epopéia de Gilgamesh.
POEMA A EPOPÉIA DE GILGAMESH - E A ESCRITA DO
GÊNESIS
“O passado das civilizações nada mais
é que a história dos empréstimos que elas fizeram umas às outras ao longo dos
séculos ...”
Neste universo de descobertas, os
sumérios e os acadianos revelam-se fornecedores de costumes, rituais e modelos
literários a todos os povos do Oriente Médio. Suas lendas, se consideradas como
o primeiro repositório das recordações históricas dos povos do oriente antigo,
“se transformaram-se esquematizaram,
se reagruparam, mudaram eventualmente de país, se ampliaram, às vezes,
desmedidamente”,
onde cada cultura apropriou-se de um
mito conforme a sua ótica.
Não diferente desta regra, os
israelitas inovaram ao excluir todo um panteão, centralizando sua fé num deus
único, propondo uma desmitização do universo transformando as forças cósmicas
ao que de fato são. A situação do homem diante de Deus modifica-se totalmente,
“embora, na prática, a adaptação da
mentalidade corrente dos israelitas a essa mudança radical se tenha processado
lentamente e com dificuldade”,
mantendo grande parte do antigo modo
de expressar religioso herdado dos sumérios e acádios.
Desta forma, Israel começa a escrever
sua própria história, ora compilando fatos de seu próprio povo em grandiosas
lendas, ora adaptando mitos antigos à sua realidade e aos seus propósitos.
As histórias contidas na parte hebraica da bíblia, embora difíceis de serem datadas pelos anacronismos que ali apresentam, foram compiladas e ordenadas,
As histórias contidas na parte hebraica da bíblia, embora difíceis de serem datadas pelos anacronismos que ali apresentam, foram compiladas e ordenadas,
“principalmente, no tempo do rei
Josias (640-609 a.C.), para oferecer uma legitimação ideológica para ambições
políticas e reformas religiosas específicas”.
A própria igreja católica reconhece este fato atestando no rodapé do Gênese uma citação.
Bíblia Sagrada - Edição Pastoral - Paulus.
Nota de rodapé:
* 1,1-2,4a:
A narrativa da criação não é um tratado científico, mas um poema que contempla
o universo como criatura de Deus. Foi escrito pelos sacerdotes no tempo do
exílio na Babilônia (586-538 a.C.) e procura salientar vários pontos. Primeiro,
que existe um único Deus vivo e criador. Segundo, que a natureza não é divina,
nem está povoada por outras divindades. Terceiro, que o ponto mais alto da
criação é a humanidade: homem e mulher, ambos criados à imagem e semelhança de
Deus. E a humanidade é chamada a dominar e a transformar o universo,
participando da obra da criação. Quarto, que o ritmo da vida é trabalho e
descanso: assim como Deus descansou do trabalho criador, também o homem tem
direito ao dia semanal de descanso. Importante notar que a criação toda é
marcada pelo selo de Deus: «era bom... muito bom».
Como está muito
bem explícito acima: A narrativa da criação não é um tratado científico, mas somente um
poema...
Sendo somente um
poema jamais poderia ser pregado ou vendido como uma verdade literal.
Fato este é que vem
sendo pregado e vendido por religiosos fundamentalistas de todo mundo como sendo uma verdade literal.
Dessa mesma forma também
está sendo praticado em todo Brasil.
POEMA A EPOPÉIA DE GILGAMESH - E A ESCRITA DO
GÊNESIS
“O passado
das civilizações nada mais é que a história dos empréstimos que elas fizeram
umas às outras ao longo dos séculos ...”
Fato este que ninguém jamais conseguiu
refutar!
Pesquisa República Ateia