quinta-feira, 19 de junho de 2014

Giordano Bruno


Giordano Bruno nasceu em 1548 num vilarejo chamado Nola, na Itália. Seu nome original era Fillipo Bruno, no entanto, por sua própria decisão, assumiu o nome - Giordano Bruno - com o qual inscreveu sua figura na História das Ciências, das Artes e da Filosofia. Esse padre, filósofo, cientista, poeta, astrônomo, alquimista, dramaturgo e, acima de tudo, grande pensador, foi um polemista apaixonado, que pagou com a própria vida a ousadia de defender idéias que a Igreja Católica não admitia e que mais tarde seriam consideradas precursoras do moderno pensamento filosófico e científico.

Em 1572, ordenou-se padre, tendo concluído, três anos depois, o curso de teologia no Convento Dominicano de San Dominica Maggiore, em Nápoles. Até esse momento suas idéias não ortodoxas eram pouco notórias.
A série de intrigas que desencadearam a condenação e a execução à morte na fogueira de Giordano Bruno (1548-1600) iniciou-se em 1575, quando o jovem filósofo insistia em ler secretamente textos proibidos - entre eles, os de Erasmo de Roterdan, um humanista e grande erudito holandês da Renascença, que questionava alguns princípios da Igreja. Essa persistência o marcou como herege, obrigando-o a lutar pela liberdade de pensamento e expressão pelo resto de sua vida.
Em 1576, aos 28 anos, fugiu de Nápoles para Roma, para escapar das acusações de heresia. Mesmo assim, continuou tendo problemas com a Igreja em Roma porque continuava orientando seu pensamento de maneira contrária às vontades impostas pelo Santo Ofício.
Meses depois, fugiu para Genebra, na Suíça, abandonando o hábito dominicano e convertendo-se ao calvinismo. No entanto, logo depois acabou escrevendo um artigo criticando o pensamento de um professor calvinista e por esse ato foi excomungado também do calvinismo.
Logo depois, trabalhou como professor em Paris e em Londres entre os anos de 1580 e 1585. Durante esse período escreveu sobre a teoria copernicana do Sistema Solar e apresentou a hipótese de que o universo era infinito. Ainda afirmou que a Bíblia devia ser seguida apenas por seus ensinamentos morais para evitar contradições entre religião e ciência, sobretudo porque, como Copérnico, Giordano defendia a teoria Heliocêntrica, a qual afirma que o Sol é o centro do Universo, sendo, portanto, contra a teoria Geocêntrica imposta pela Igreja, que afirma que a Terra é o centro do Universo.
A partir de 1585, devido a alguns acontecimentos políticos, a intolerância contra Giordano Bruno acirrou-se gravemente. Mesmo assim, em 1586, ele escreveu diversos artigos que provocaram a ira muitos, já que esses textos reafirmavam sua visão sobre o Universo e sua posição diante da Igreja. Assim sendo, precisou fugir mais uma vez, saindo de Paris para a Alemanha, onde se converteu ao luteranismo. Mas sua conversão, mais uma vez, não foi longe. Em Helmstedt, na Alemanha, Giordano sofre sua terceira excomunhão - agora da Igreja Luterana.
Em 1591 retornou ao seu país natal a pedido de um nobre chamado Giovanni Mocenigo que queria contratar seus serviços (aulas de memorização). Por Veneza ser o mais liberal dos estados italianos na época, o filósofo achou que seria um bom lugar para refugiados de visão não ortodoxa como ele. Mas foi um engano. Mocenigo, após uma desavença com Giordano Bruno, traiu-o, denunciando-o por heresia à Inquisição Veneziana.
Em seu julgamento, Giordano enfrentou os inquisidores, sustentando e reafirmando corajosamente suas idéias - mesmo diante das propostas de "retratação incondicional" pelas quais o filósofo deveria negar suas teorias. Sabendo que seu fim seria trágico, mas convicto de que não poderia negar suas próprias descobertas, o filósofo realça sua coragem diante de seus acusadores : "Talvez vocês, meus juízes, pronunciem essa sentença contra mim com maior temor que eu a recebo".
Aos cinqüenta e dois anos - vestindo uma túnica de condenado, amarrado a uma estaca e com a língua atravessada por um prego e presa a uma estrutura de metal - Giordano Bruno, um dos maiores pensadores da História da Humanidade, agoniza sob as chamas de uma fogueira, na praça das Flores, no centro de Roma, no dia 17 de fevereiro de 1600.

Hoje, Giordano Bruno é um símbolo vivo de liberdade e de autonomia do moderno pensador. Por sua filosofia e ainda mais por sua ousadia e resistência, nós, Educadores do Colégio Giordano Bruno, assumimos seu nome como um símbolo e, com ele, a certeza de que a liberdade de pensamento e os princípios de autonomia na aprendizagem e no ensino sejam sempre nossas divisas, nossos mais caros princípios.

Giordano Bruno - Filme Completo Legendado PT


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